Início Legislativo Câmara aprova lei que prevê distribuição de absorventes em Campo Grande

Câmara aprova lei que prevê distribuição de absorventes em Campo Grande

Camila Jara, vereadora de Campo Grande pelo PT - (Foto: Divulgação, Assessoria)

A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou projeto de lei da vereadora Camila Jara (PT) que prevê distribuição gratuita de absorventes higiênicos no SUS (Sistema Único de Saúde) e nas escolas municipais. A medida é forma de combater o que se chama de pobreza menstrual, para cerca de 70 mil campo-grandenses que vivem em situação de vulnerabilidade e sofrem com a dificuldade de acesso aos itens básicos de higiene durante o período menstrual.

Nesta quinta-feira (15), dia em que os vereadores fazem a última sessão antes do recesso parlamentar, a proposta, que tem coautoria do vereador Willian Maksoud (PTB), foi aprovada por 28 votos – o presidente Carlão (PSB) não participa de votações.

De acordo com o texto, está prevista a realização de ações de educação e conscientização sobre o tema com o objetivo de desfazer o tabu em torno da menstruação, para que seja encarada como de fato é: um acontecimento natural e normal de corpos que possuem útero. 

Única mulher entre os parlamentares de Campo Grande, Camila Jara comentou o fato de não ter nenhuma vereadora com ela para também defender a iniciativa. “Mas não estou sozinha, estou com outras mulheres que compartilham da ideia, do nosso conteúdo, que estão juntas, para falar desse assunto e quebrarmos esse tabu”.

Desigualdade e violência

Segundo a assessoria da parlamentar, na falta de absorventes, mulheres utilizam jornal, papel higiênico, pedaços de pano e até mesmo miolo de pão, materiais inadequados e inseguros que podem causar infecções e graves problemas à saúde. 

Mas os problemas vão além.“Muitas não têm bom rendimento escolar por conta das faltas mensais e até abandonam os estudos, o que, por sua vez, impacta também as oportunidades no mercado de trabalho. A pobreza menstrual nada mais é que uma outra forma de violência de gênero, além de uma violação de direitos”, explicou anteriormente.

Antes de o projeto ser colocado em prática, a Prefeitura de Campo Grande precisa sancionar. 

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