Campo Grande pode receber 817 moradias em novo projeto de aluguel social

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Campo Grande pode testar um novo modelo de moradia social, com 817 unidades de aluguel acessível. Projeto faz parte do Minha Casa, Minha Vida (Foto: Divulgação)

Campo Grande pode estar prestes a implementar um novo modelo de moradia popular. A Câmara Municipal recebeu, na última quarta-feira (12), o projeto de Parceria Público-Privada de Locação Social, que prevê a construção de 817 unidades habitacionais em dois bairros da cidade. A proposta, apresentada por representantes da Caixa Econômica Federal e da Secretaria Nacional de Habitação, visa oferecer moradias com aluguel reduzido, sem que as famílias precisem adquirir os imóveis.

O projeto faz parte do programa Minha Casa, Minha Vida, com uma diferença essencial: em vez de prestações de financiamento, os beneficiários pagarão um aluguel fixo, que não pode ultrapassar 20% da renda familiar. A expectativa é atender principalmente as faixas 1 e 2 do programa, voltadas para famílias com renda de até dois salários mínimos.

Para o presidente da Câmara, Epaminondas Vicente Neto, o Papy, o acesso à moradia é fundamental para a melhoria da qualidade de vida. “Se a pessoa não tem onde morar de forma digna, como vai se preocupar com educação, saúde e trabalho? Tudo começa pela casa”, afirmou.

Como vai funcionar?

O projeto prevê a construção de 432 unidades no bairro Taquarussu e 385 na Mata do Jacinto. As moradias serão erguidas por uma empresa privada, que também ficará responsável pela gestão dos condomínios por 25 anos. O processo ainda passará por consultas e audiências públicas antes da abertura da licitação.

Segundo a secretária municipal de Planejamento, Catiana Sabadin, cerca de 17 mil famílias em Campo Grande vivem em situação de vulnerabilidade e poderiam se beneficiar do programa.

A diretora do Programa de Parceria de Investimentos do Governo Federal, Bartira Nunes, destacou que essa modalidade de habitação é uma das prioridades da gestão. “Queremos garantir que mais pessoas tenham acesso à moradia digna, sem comprometer toda a renda com aluguel”, disse.

Se aprovado e implementado, o projeto pode não apenas reduzir o déficit habitacional da cidade, mas também se tornar modelo para outros municípios brasileiros. A Caixa Econômica Federal aposta na locação social como um projeto piloto, com previsão de expansão para outras capitais caso os resultados sejam positivos.

Agora, a proposta entra na fase de ajustes burocráticos. Mais do que uma nova política habitacional, o que está em jogo é a possibilidade de muitas famílias conquistarem moradia digna sem precisar recorrer ao endividamento.