Campo Grande registra queda histórica nas mortes no trânsito, aponta GGIT

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(Foto: Chico Ribeiro)

Reunião de encerramento de 2025 destaca integração de órgãos, ampliação do monitoramento e desafios envolvendo motociclistas

O Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito (GGIT) de Campo Grande encerrou o calendário de reuniões de 2025 apresentando um dos resultados mais expressivos da última década: a capital registrou uma queda histórica nas mortes no trânsito, consolidando avanços em segurança viária. Os números, apresentados no auditório do Detran-MS, refletem o impacto das ações integradas entre órgãos estaduais e municipais.

A apresentação destacou a ampliação do sistema de videomonitoramento da cidade. De acordo com o diretor de Trânsito da Agetran, Ciro Vieira Ferreira, o conjunto de câmeras em operação — aliado à parceria com a Gerência Especial de Fiscalização do Detran-MS — tem permitido identificar veículos irregulares e reforçar o controle de infrações.

A integração entre as instituições também será intensificada nas estradas. Em dezembro começa mais uma edição do programa Rodovida, coordenado pela Polícia Rodoviária Federal, que reúne os órgãos do GGIT em ações preventivas nas rodovias estaduais e federais.

Campo Grande registra queda histórica nas mortes no trânsito, aponta GGIT
(Foto: Rachid Waqued/Detran)

Queda de 41,6% nas mortes desde 2011

O dado mais celebrado do encontro foi apresentado pelo coordenador do G.A.A.T e conselheiro do Cetran-MS, Renan Soares Cunha: desde a implantação do Programa Vida no Trânsito, em 2011, Campo Grande alcançou redução de 41,6% na taxa de mortalidade por sinistros de transporte terrestre até 2020.

No âmbito estadual, a queda também é significativa: 26,5% no mesmo período.

“Trata-se de um resultado alinhado ao Pnatrans e à Visão Zero, que buscam transformar o trânsito em um ambiente seguro para todos”, destacou Renan.

A presidente do Cetran-MS e do Focotran, Regina Maria Duarte, reforçou que o avanço de Mato Grosso do Sul é reconhecido nacionalmente. “Estamos percorrendo vários estados e vemos como Mato Grosso do Sul se destaca pela integração dos órgãos”, afirmou.

Ciclistas têm redução contínua e Campo Grande zera mortes em 2025

Outro destaque histórico é a redução expressiva de mortes de ciclistas: foram 76 óbitos em 2011, número que caiu para zero em 2025, até novembro.

A expansão do sistema cicloviário é apontada como fator decisivo. Hoje, Campo Grande soma 103 km de ciclovias, contra 3,2 km por 100 mil habitantes em 2005. A previsão é acrescentar mais 6,9 km. “Campo Grande já figura entre as dez cidades do país com melhor relação de ciclovias por número de habitantes”, ressaltou Renan Soares Junior.

Motociclistas seguem como maior desafio

Apesar do cenário positivo, os motociclistas continuam sendo a categoria mais vulnerável. Das 57 mortes registradas em 2025, 42 envolveram condutores de motocicletas.

O diretor-presidente do Detran-MS, Rudel Trindade Junior, observou que houve migração do uso da bicicleta para a motocicleta, o que altera o padrão de risco: “A mudança de comportamento se reflete diretamente nas estatísticas. Enquanto zeramos as mortes de ciclistas, os acidentes fatais com motociclistas seguem em alta.”

Ações para 2026

Com os dados em mãos, o GGIT já projeta as prioridades para o próximo ano. A ideia é manter e ampliar as ações de educação e fiscalização voltadas para motociclistas — grupo que concentra a maior parte das vítimas fatais.

O grupo também avalia retomar campanhas voltadas a pedestres. Até novembro, foram registradas 12 mortes de pedestres em sinistros na capital.

A estratégia conjunta para 2026 deve focar em tecnologia, educação para o trânsito e ações integradas com diferentes órgãos, reforçando o compromisso com a redução contínua de mortes e lesões no trânsito de Campo Grande.