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Trabalhadores da construção civil serão capacitados no combate à Dengue

21/02/2020 15h05
Por: Sue Anne Calais

Trabalhadores da construção civil de Campo Grande participaram na manhã desta sexta-feira (21) de capacitação do programa “Integrado Intersetorial de Colaborador Voluntário” da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais da Secretaria Municipal de Saúde (CCEV/SESAU).

A partir da adesão ao programa, os trabalhadores auxiliarão no combate ao mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya – nos canteiros de obra realizando a inspeção e eliminação de potenciais criadouros do mosquito. Além desse trabalho, eles devem auxiliar na difusão de informações sobre prevenção.

O treinamento ocorreu na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Mato Grosso do Sul (Sinduscon/MS).

O presidente da instituição, Amarildo Miranda Melo, destaca que essa ação faz parte de um trabalho, que o sindicato vem realizando ao longo dos anos, de conscientização do empresário do setor da Construção, tendo em vista que segundo estimativa do ministério da saúde, 20% dos focos do mosquito Aedes Aegypti se proliferam nos canteiros das obras.

Segundo Amarildo, o setor é responsável e tem compromisso em apoiar o trabalho junto ao poder público. O objetivo é estabelecer junto às empresas da construção, através da qualificação desses trabalhadores, uma cultura de prevenção não só no período de chuvas, mas também durante todo o ano, ressalta o presidente.

Para a técnica de saúde e segurança do trabalho da Plaenge, Ilka Bueno, esse tipo de ação é importante, pois ela visa além de sensibilizar, conscientizar. Ela destaca que o treinamento desses voluntários que vão atuar dentro dos canteiros de obras, irá fazer com que todos os trabalhadores tenham essa consciência da importância de se fazer a prevenção pra não ficar exposto a esse mosquito, destaca.

Já o técnico de segurança da Tecol Engenharia, Silvino Rodrigues, afirma que a empresa já faz um Trabalho de combate a focos do Aedes Aegypti em seus canteiros, mas destaca a importância da ação pela qualidade das informações trazidas quanto aos tipos de focos e das diversas maneiras de proliferação do mosquito.

O treinamento teórico foi à primeira fase do programa Colaborador voluntário, em um segundo momento a equipe do SESAU irá apresentar aos novos colaboradores os agentes de saúde que atuam nas regiões onde obras estão localizadas e que serão responsáveis por receber todas as informações levantadas pelos colaboradores voluntários nos canteiros de obra.

Colaborador Voluntário

O programa “Integrado Intersetorial de Colaborador Voluntário” lançado em 22 de Março de 2018, é mais uma ferramenta que propõe estabelecer uma dinâmica operacional que possibilite um melhor controle de depósitos propensos à proliferação dos vetores transmissores da Dengue, Vírus Zika e Febre Chikungunya nas instituições, garantido que nestes locais não haja focos do vetor.

O gerente técnico da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV), Marcos Luiz de Oliveira explica que o programa nasceu com objetivo de instituir a cultura da prevenção, implementando ações compartilhadas entre o poder público e privado, propiciando às empresas envolvidas no processo condições para desenvolverem de modo eficiente o programa de prevenção evitando as doenças de caráter endêmico e epidêmico.

Seu principal objetivo é instituir a cultura da prevenção, implementando ações compartilhadas entre o poder público e privado, propiciando às empresas envolvidas no processo condições para desenvolverem de modo eficiente o programa de prevenção evitando as doenças de caráter endêmico e epidêmico.

Atualmente integram o projeto, o Comando Metropolitano do Corpo de Bombeiros e seus 09 batalhões, a Funesp juntamente com seus parques e praças espalhados por Campo Grande, o 15° Batalhão da Policia Militar Ambiental, a Semed com 100% dos Colégios Municipais, tanto em perímetro urbano quanto nas zonas rurais e o SESC e suas unidades, totalizando 22 instituições.

Dados epidemiológicos

Até o dia 18 de fevereiro, foram notificados 5.044 casos de dengue em Campo Grande, sendo que 667 deles foram confirmados.

Até o momento, três óbitos provocados pela doença foram registrados, de um homem de 30 anos, uma senhora de 74 e uma criança de 9 anos de idade.

Neste ano, ocorreram ainda 34 notificações de Zika Vírus e 17 de Chikungunya, que ainda estão passando por processo de avaliação laboratorial para confirmar ou não as suspeitas.

Em todo o ano passado, foram registrados 39.417 casos notificados de dengue em Campo Grande, sendo 19.647 confirmados e oito óbitos.

Infestação pelo Aedes

Conforme o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo o Aedes aegypti (LIRAa), sete áreas de Campo Grande foram classificadas com o risco de surto de doenças transmitidas pelo mosquito.

O número de áreas em alerta praticamente dobrou, em comparação com o último LiRaa divulgado em novembro do ano passado, passando de 22 para 42 áreas. Dezoito áreas permanecem com índices satisfatórios.

O índice mais alto foi detectado na área de abrangência da USF Iracy Coelho, com 8,6% de infestação. Isso significa que, de 233 imóveis vistoriados, em 20 foram encontrados depósitos. A área da USF Azaleia aparece em segundo, com 7,4% de infestação, seguido da USF Jardim Antártica, 5,2%, USF Alves Pereira, 4,8, USF Sírio Libanês, 4,4%, Jardim Noroeste, 4,2%, e USF Maria Aparecida Pedrossian (MAPE), 4,0%.

PMCG

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