A cantora e ativista cultural Preta Gil faleceu neste domingo (20), aos 50 anos. Ela estava internada em hospital nos Estados Unidos. A informação foi confirmada pela equipe da artista. Ela é filha de Gilberto Gil, enfrentava uma extensa batalha contra o câncer de intestino nos últimos anos.
Natural do Rio de Janeiro, Preta era uma figura marcante na música brasileira e uma voz ativa nas causas contra o racismo, a gordofobia, e em defesa dos direitos das mulheres e da comunidade LGBT+.
Diagnosticada com a doença em janeiro de 2023, Preta enfrentava o tratamento com otimismo, sempre compartilhando seus desafios publicamente, seja nas redes sociais ou em entrevistas à imprensa. Deixa o filho Francisco e a neta Sol.
Ao longo de sua trajetória, Preta Gil lançou seis álbuns — entre estúdio e ao vivo — e foi a fundadora do Bloco da Preta, um dos maiores e mais tradicionais blocos de Carnaval do Rio de Janeiro, que reúne milhares de foliões todos os anos. Além da música, a cantora teve forte atuação no mercado publicitário, sendo sócia da agência Mynd, especializada em influenciadores digitais.
Sua carreira musical teve início em 2003, com o álbum Prêt-à Porter, que contou com a participação da cantora Ana Carolina na faixa “Sinais de Fogo”. Outros trabalhos relevantes incluem Preta (2005), Noite Preta ao Vivo (2010), Sou como Sou (2012), Bloco da Preta (2014) e Todas as Cores (2017). Ao longo dos anos, Preta trabalhou com grandes nomes da música brasileira, como Anitta, Lulu Santos, Ivete Sangalo, Pabllo Vittar e Thiaguinho.
Filha de uma família de forte tradição artística, Preta Gil era conhecida por sua personalidade marcante e por lutar ativamente contra as opressões sociais. Em suas próprias palavras, sua identidade era também um símbolo: “Na minha casa, Preta se tornou nome próprio”, relembrou seu pai, Gilberto Gil, em uma homenagem recente.
Preta deixa um legado de talento, coragem e ativismo, que ultrapassa a música e reverbera na cultura e na luta por uma sociedade mais justa e plural.