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sábado, 25 de outubro, 2025
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Capital tem mais de 500 crianças na fila do exame de ecocardiograma e apenas 120 vagas disponíveis

A demora na realização dos exames de ecocardiograma infantil na rede pública de saúde de Campo Grande levou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a abrir um inquérito civil contra a Prefeitura Municipal.

A apuração chegou até a 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública de Campo Grande a partir de uma denúncia feita pela Ouvidoria do órgão investigativo, na qual um responsável por uma criança de um ano reclama de demora excessiva para a realização de exames.

A paciente, segundo a denúncia, foi diagnosticada com anemia grave e enfrentou uma absurda demora para a realização de exames considerados essenciais, como o ecocardiograma infantil, além de longa espera para transferência hospitalar.

Para a Promotoria, esse episódio evidenciou falhas no fluxo regulatório do Sistema Único de Saúde (SUS) e possíveis deficiências estruturais na rede pública de Campo Grande, o que não é nenhuma novidade no histórico recente do município.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou ao MPMS que, atualmente, são 503 crianças na fila pelo ecocardiograma, sendo disponíveis apenas 120 vagas mensais no Centro de Apoio e Diagnóstico Municipal (Cadim).

“Esses dados revelam limitação significativa na capacidade do serviço e indicam a necessidade de medidas concretas para ampliar a oferta e reduzir o tempo de espera”, pontuou a Promotora de Justiça Daniella Costa da Silva.

Ela lembra que a demora no acesso a exames diagnósticos fundamentais compromete a efetividade do direito à saúde e pode agravar o quadro clínico de pacientes pediátricos, afrontando os princípios da integralidade e da resolutividade que norteiam o SUS.

A situação, segundo a Promotora, transcende o caso individual, demandando atuação ministerial mais ampla e articulada junto aos órgãos gestores de saúde.

No curso da apuração, foram expedidos ofícios à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e à Secretaria de Estado de Saúde (SES) solicitando informações detalhadas sobre as unidades próprias e contratualizadas que realizam o ecocardiograma infantil.

Também pediram a quantidade de vagas e de exames efetivamente realizados nos últimos meses, o número de pacientes aguardando o procedimento no sistema de regulação e as medidas implementadas ou previstas para ampliar a capacidade de atendimento.  

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