O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, deve depor nesta quinta-feira (25) à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS.
Apontado pela Polícia Federal como um dos principais operadores das fraudes, Antunes vai comparecer amparado por um habeas corpus, que lhe garante o direito de permanecer em silêncio e de não produzir provas contra si mesmo.
Esquema bilionário
Preso no último dia 12, Antunes é investigado por liderar um grupo empresarial acusado de intermediar cobranças associativas não autorizadas. Segundo a PF e a CGU (Controladoria-Geral da União), o golpe funcionou entre 2019 e 2024 e resultou em R$ 6,3 bilhões de prejuízo para aposentados e pensionistas em todo o país.
As entidades envolvidas teriam incluído beneficiários como associados sem consentimento, realizando descontos mensais diretamente nos benefícios do INSS.
CPMI amplia investigações
O depoimento de Antunes é considerado um dos momentos mais aguardados pela comissão, que busca identificar responsáveis, mapear os operadores financeiros do esquema e dimensionar o total de vítimas.
Na semana passada, a oitiva do empresário foi adiada após ele alegar que daria prioridade ao depoimento prestado à Polícia Federal. A CPMI também convocou a esposa e o filho dele, mas ainda não marcou a data para ouvi-los.
Figura central das apurações
De acordo com investigadores, Antunes atuava como intermediário financeiro entre entidades associativas e empresas envolvidas na fraude. Por esse motivo, parlamentares acreditam que sua fala pode ajudar a elucidar a cadeia de responsabilidades no caso.
Apesar da expectativa, o habeas corpus em vigor deve limitar o depoimento. Ainda assim, membros da CPMI avaliam que a presença do empresário contribui para manter a pressão política e dar visibilidade às investigações.