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sábado, 15 de junho, 2024
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Cartão Vermelho: Gaeco prende sete por possível desvio de R$ 6 milhões do futebol de Mato Grosso do Sul em cinco anos

O Enfoque MS já noticiou que Gaeco dá ‘Cartão vermelho’ a presidente da FFMS em possível esquema de R$ 6 milhões . Mas, não havia detalhamento da operação ‘na rua’, que agora foi divulgada a pouco. A ação teve sete prisões, que não haviam sido apontada no inicio pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que deflagrou a ação na manhã desta terça-feira (21), contra a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) e seu eterno presidente, Francisco Cezário, a quase 30 anos no comando da entidade.

O MPE-MS (Ministério Público de MS), via seu Gaeco, cumpre 14 mandados, entre eles sete de prisão, pela Operação Cartão Vermelho. Deflagrada hoje “na rua”, a ação visa apurar desvios na FFMS, ante apurações que vem a quase dois anos, e, conforme os promotores públicos, se aponta, que somente nos últimos cinco anos, foram desviados estimados, aproximadamente R$ 6 milhões.

Segundo o advogado André Borges, de defesa do presidente da Federação de Futebol, Francisco Cezário, ele ainda não foi informado sobre prisão. O MPE-MS cumpre 14 mandados de busca e apreensão na Capital, em Dourados e Três Lagoas. Os crimes investigados seriam os de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, entre outros.

Presidente da Federação de Futebol desde 1998, Francisco Cezário de Oliveira, é um dos alvos da operação. Os veículos do Gaeco estão também na sede da FFMS. O Gaeco aponta ainda que há envolvimento de advogados. Assim, a Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em MS) acompanhou  a operação.

Cartão Vermelho: Gaeco prende sete por possível desvio de R$ 6 milhões do futebol de Mato Grosso do Sul em cinco anos
Presidente da FFMS, Francisco Cezário, a quase 30 anos no comando da entidade.

Investigações

A investigação do MPE/MS-Gaeco aponta que os apurados valores desviados da Federação, é do período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023, superaram a casa dos R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais).

O MPE/MS-Gaeco revelou que a ‘Cartão Vermelho’ culminou hoje, após 20 meses de investigação, que constatou que se instalou, na Federação de MS, uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes da Fundesporte (Fundação de Desportos de Mato Grosso do Sul), via convênio, subvenção ou termo de fomento, e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema.

Durante a investigação, os promotores descobriram que houve 1,2 mil saques de R$ 5 mil, que totalizaram mais de R$ 3 milhões, para driblar o COAF, o xerife do sistema financeiro que atua no combater à lavagem de dinheiro.

A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

“Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul”, explicou o Gaeco, em nota.

Hoje já apreendidos

No curso das diligências, até agora foram apreendidos mais de 800 mil reais.

O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

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