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sábado, 28 de junho, 2025
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Ceasa alerta para queda no consumo de frutas e hortaliças pela população

Ao abastecer lares e comércios de Mato Grosso do Sul com frutas, verduras e legumes de várias regiões do país, a Ceasa/MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) cumpre uma missão vital: garantir acesso a alimentos frescos e saudáveis, fundamentais para o bom funcionamento do organismo.

Segundo a nutricionista Maria Tainara Soares Carneiro Vitorino, uma dieta rica em frutas, legumes e verduras (FLV) oferece nutrientes indispensáveis, como vitaminas A, C, K e do complexo B, além de minerais como potássio, ferro, cálcio e magnésio. “Esses alimentos contribuem para prevenir doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e dislipidemias”, afirma.

Ela também ressalta que as fibras presentes nesses alimentos regulam o intestino, ajudam no controle da glicose e do colesterol, aumentam a saciedade e favorecem uma microbiota intestinal saudável.

Mesmo com a rotina corrida, a especialista sugere estratégias simples para inserir FLV na dieta, como organizar as compras com antecedência, preferir alimentos da safra, manter frutas à mão para lanches rápidos e congelar legumes para facilitar o preparo.

Consumo em queda

Apesar dos benefícios, pesquisas indicam queda no consumo desses alimentos. De acordo com estudo da UFMG, publicado em 2025 na revista Cadernos de Saúde Pública, a ingestão de frutas e hortaliças caiu entre 2015 e 2023. Apenas 22,5% dos adultos brasileiros consomem as cinco porções diárias recomendadas pela OMS.

Essa tendência também se reflete na Ceasa/MS. No primeiro trimestre de 2025, a comercialização de hortigranjeiros somou 52,3 mil toneladas – uma queda de 2,07% em relação ao mesmo período de 2024. A retração foi ainda mais expressiva nas frutas e hortaliças importadas: de 533,8 mil quilos em 2024 para 221,8 mil quilos neste ano, queda de 58,4%.

Outro levantamento, do Nupen/USP, apontou que o consumo de ultraprocessados cresceu 5,5% entre 2008 e 2018. A pandemia agravou esse cenário, com aumento na ingestão de alimentos industrializados, ricos em conservantes e aditivos químicos.

Perigos dos ultraprocessados

Maria Tainara alerta que o consumo excessivo desses produtos está associado ao ganho de peso, doenças cardiovasculares e ao desequilíbrio da microbiota intestinal. “Muitos ingredientes são sintetizados em laboratório e têm alto potencial inflamatório”, explica.

Ela recomenda priorizar alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, vegetais, arroz, feijão e preparações caseiras, evitando alimentos prontos e industrializados.

Diante dos desafios, a Ceasa/MS reforça seu compromisso em garantir produtos frescos e de qualidade, promovendo hábitos alimentares saudáveis e acessíveis à população sul-mato-grossense.

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