Uma fazenda administrada pelo Senabico (Secretaria Nacional de Administração de Bens Apreendidos e Confiscados) do Paraguai foi palco de um confronto na sexta-feira (05) envolvendo famílias em busca de terras e forças policiais. A área em questão tem cerca de 11 mil hectares e está localizada na cidade de Lucipar, no departamento de San Pedro.
As informações são do site local Última Hora e apontam que pelo menos mil pessoas, vindas de diferentes acampamentos sem-terras, se encontraram na fazenda para a ocupação. O objetivo era forçar o Governo do Paraguai a destinar a propriedade para a reforma agrária, uma vez que já pertenceu ao narcotraficante brasileiro Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”.
O confronto ocorreu com cerca de 700 policiais, que já estavam aguardando pela invasão. Os sem-terras usaram três caminhões para arrombar o portão de madeira. As forças de segurança usaram balas de borracha e gás lacrimogêneo, enquanto os invasores estavam com pedaços de madeira, pedras e outros objetos encontrados no local.

No tumulto, houve correria e algumas pessoas foram pisoteadas e sofreram quedas enquanto corriam para se proteger. Ao todo, foram 29 homens e 23 mulheres presos, sendo que 27 homens foram levados para a 8ª Delegacia de Polícia em San Estanislao, enquanto um foi internado no Hospital Geral devido a um ferimento sofrido durante o confronto.
Outros detidos permanecem na 18ª Delegacia de Polícia de Santa Rosa del Aguaray. Entre os detidos encontram-se pessoas com antecedentes criminais, ordens judiciais e mandados de prisão. Há detidos com histórico de violência doméstica, tentativa de roubo qualificado e até mesmo homicídio.
No caso das 23 mulheres presas, todas foram posteriormente libertadas, por ordem do Ministério Público. Entre elas, havia mulheres mais velhas, entre 50 e 60 anos, bem como jovens, entre 20 e 30 anos, a maioria proveniente de comunidades rurais da região. As autoridades informaram que as verificações de identificação e antecedentes estão em andamento.
Do lado da Polícia Nacional, dois agentes do Grupo Especializado ficaram feridos: um sofreu um ferimento a bala na coxa direita, enquanto o outro foi atingido durante o confronto. Além disso, uma caminhonete pertencente à Diretoria de Operações Táticas e um ônibus da Polícia Nacional, alocado ao Grupo Especializado, foram danificados durante a operação.
O Ministério Público continua a investigar para apurar as responsabilidades, enquanto os setores sociais e os moradores apelam para que se evitem novos confrontos na zona. O narcotraficante Cabeça Branca foi preso em uma operação no ano de 2017. Ele era considerado o maior traficante de drogas de todo o continente.
No vídeo abaixo é possível ver quando três caminhões invadem a porteira de entrada da fazenda, que era protegida por cerca de 100 policiais. Eles até mesmo chegaram a disparar, porém, não impediram o avanço dos invasores.

















