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sábado, 14 de junho, 2025
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Ciclo de dívidas: 85% dos negativados em MS seguem inadimplentes após um ano

A cada nova conta que atrasa, uma dívida antiga continua pendente. Esse é o retrato preocupante do endividamento reincidente em Mato Grosso do Sul, revelado por levantamento do SPC Brasil. Segundo os dados de maio de 2025, 85,02% das pessoas negativadas no estado já estavam com o nome sujo nos 12 meses anteriores, o que indica que a inadimplência deixou de ser pontual e passou a fazer parte da rotina financeira de grande parte da população.

Além do alto índice, chama atenção a frequência com que essas dívidas se acumulam. O intervalo médio entre o vencimento de uma dívida e a geração de uma nova é de apenas 67 dias, o que impede o consumidor de se reorganizar financeiramente.

Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG), esse ciclo de endividamento precisa ser combatido com urgência. “É preocupante ver consumidores sendo negativados sucessivamente. Isso afeta diretamente a capacidade de compra das famílias, enfraquece o comércio e compromete o desenvolvimento econômico da cidade e do estado”, alerta o presidente da entidade, Adelaido Vila.

Outro sinal de alerta é a queda na recuperação de crédito. No acumulado dos últimos 12 meses até maio, houve uma redução de 4,27% no número de sul-mato-grossenses que conseguiram quitar suas dívidas e sair do cadastro de inadimplentes. Ou seja, menos pessoas estão conseguindo regularizar sua situação, enquanto o número de reincidentes cresce.

Na prática, esse cenário se traduz em mais dificuldades para as famílias honrarem seus compromissos financeiros, queda no consumo e impactos negativos no comércio local – que depende da circulação de renda para se manter aquecido.

Diante disso, a CDL-CG reforça a necessidade de ações conjuntas. “A CDL está atenta, acompanha os dados de perto e continuará cobrando e propondo iniciativas que ajudem o consumidor e o empresário a sair desse ciclo que tem se agravado, preservando o poder de compra e fortalecendo o comércio local”, finaliza Adelaido Vila.

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