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sábado, 12 de julho, 2025
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Colheita do milho safrinha avança lentamente e atinge 10,2% da área plantada em MS

A colheita da segunda safra de milho em Mato Grosso do Sul alcançou, até esta quarta-feira (9), 10,2% da área plantada, segundo levantamento divulgado pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Estado). O ritmo ainda é considerado lento, com cerca de 214 mil hectares colhidos até o momento. A expectativa é que o pico da colheita aconteça ao longo de julho, com encerramento previsto para o fim de agosto.

A região central do Estado lidera os trabalhos no campo, com 12,5% da área já colhida. No entanto, dois fatores têm influenciado diretamente no atraso da operação: a umidade elevada dos grãos e a falta temporária de caminhões para o transporte da produção.

Segundo Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, o produtor rural tem optado por deixar o milho secar naturalmente na lavoura para evitar os custos com secagem artificial. “Como o milho tolera mais tempo no campo, os produtores não veem necessidade de antecipar a colheita, ainda mais quando os preços estão desfavoráveis”, explica.

Falta de caminhões e impacto no cronograma

Outro desafio enfrentado pelos produtores é a escassez de caminhões, principalmente na região central do Estado. A situação tem dificultado o escoamento da produção, mas, segundo Balta, o problema é pontual e tende a ser resolvido com o avanço da colheita. “O pico ocorre geralmente a partir de julho, então a tendência é que a logística se normalize nas próximas semanas”, afirma.

Em Chapadão do Sul, o atraso no plantio da soja no início do ano também impactou o calendário da colheita do milho. O produtor rural e diretor da Aprosoja, Pompílio Silva, explica que o plantio do milho foi empurrado para fevereiro e março, o que naturalmente atrasou a fase de colheita.

Pressão sobre os preços e armazenagem limitada

No cenário econômico, o analista da Aprosoja/MS Mateus Fernandes destaca que o aumento da oferta tem pressionado os preços do milho para baixo, agravado ainda mais pela valorização do real frente ao dólar. “A queda do dólar tem impacto direto sobre o preço do milho no mercado interno”, explica Fernandes.

Outro ponto de atenção, segundo o analista, é a capacidade limitada de armazenagem no Estado, que pode comprometer as margens de lucro dos produtores. “Esse déficit de armazenagem é um gargalo que precisa ser resolvido para garantir mais segurança e melhor planejamento ao produtor”, completa.

Clima favorece os trabalhos

A boa notícia é que a previsão do tempo para os próximos dias é de clima firme e seco em todas as regiões de Mato Grosso do Sul, o que deve favorecer o avanço da colheita e melhorar as condições de armazenagem temporária.

Com o ritmo mais lento no início, os produtores esperam compensar o atraso nas próximas semanas e manter as projeções de produtividade da safrinha 2024.

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