Mato Grosso do Sul apareceu em segundo lugar no ranking nacional dos estados que mais conseguem esclarecer os crimes de homicídio, ficando atrás somente de Rondônia. A informação é do Instituto Sou da Paz, através da 5º edição da pesquisa “Onde Mora a Impunidade? Porque o Brasil precisa de um Indicador Nacional de Esclarecimento de Homicídio”, divulgada nesta terça-feira (02). Essa é a segunda vez seguida que MS figura entre os melhores do Brasil no estudo.
Os dados são referente ao ano de 2019, sendo que as investigações foram concluídas até o final de 2020. MS apresentou indíce de 86% na elucidação de casos, com a eficácia considerada alta. Na comparação com as pesquisas anteriores, esse foi o terceiro melhor nível do estado, sendo que em 2018 o percentual apontado pelo estudo foi de 89% e, em 2015, na primeira edição, foi de 88%.
Entre os 19 estados que enviaram informações com a qualidade necessária para compor o índice, Rondônia foi o estado que mais esclareceu homicídios, com percentual de 90% de esclarecimento. Em terceiro lugar aparece Santa Catarina, com 78%. Ao longo de toda a históra da pesquisa, o maior indíce já registrado foi do Distro Federal, com 91% dos crimes esclarecidos no ano de 2017.
Já o estado com a menor taxa de esclarecimento de homicídios foi o Rio de Janeiro, com 16% de taxa de elucidação de homicídios, porém que avançou dois pontos percentuais em relação à última edição da pesquisa. O estado com a segunda pior taxa é o Amapá, com 19%, seguido de Bahia, Pará e Piauí, cada um tendo esclarecido 24% dos homicídios ocorridos em seus territórios em 2019.
Para Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, o baixo percentual nacional de esclarecimento de homicídios e a enorme variação entre os estados mostra que o Estado brasileiro ainda tem muito a avançar para aumentar a resposta a esses crimes, garantido aos familiares e à sociedade o direito à verdade e a justiça em relação a essas vítimas. “A análise sobre o percentual dos homicídios esclarecidos ajuda a mostrar que o país precisa priorizar e reforçar sua capacidade de investigar e processar esses crimes, que são os mais graves e que atentam contra a vida das pessoas”, afirmou.
“Sabemos que nosso sistema de segurança pública e de justiça criminal ainda foca muitos esforços nos crimes patrimoniais e em outros sem violência, impulsionando prisões provisórias que lotam o já saturado sistema prisional. É preciso dirigir os esforços e os investimentos, sobretudo, para a investigação e esclarecimento dos crimes contra a vida, onde, de fato, mora a impunidade”, complementou a diretora.
De acordo com o Instituto, o motivo de alguns estados não entrarem no cálculo foi o envio de dados incompletos – porque não havia data do homicídio ou porque havia um percentual acima de 20% de dados incompletos – que impossibilitaram o cálculo do indicador. Para conferir o estudo na íntegra clique aqui.