O plantio da safra de soja 2025/2026 avançou em Mato Grosso do Sul, cobrindo 16,6% da área cultivável até o dia 10 de outubro, conforme levantamento da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho) e da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS). Apesar do avanço nas últimas semanas, o início das atividades foi retardado pela estiagem de setembro e pela influência do fenômeno climático La Niña, que tem se manifestado com intensidade fraca a moderada.
Segundo o relatório, a região Sul do Estado é a mais adiantada, com 23,8% da área semeada, seguida pelo Centro (6,7%) e pelo Norte (2,4%). Até o momento, cerca de 796 mil hectares foram plantados. A projeção da Aprosoja aponta que o total deve chegar a 4,79 milhões de hectares, um crescimento de 5,9% em relação ao ciclo anterior. Se o clima se mantiver favorável, a produção estadual poderá atingir 15,2 milhões de toneladas, com produtividade média prevista de 52,8 sacas por hectare.
Chuvas irregulares e estratégia de escalonamento
O levantamento mostra que setembro registrou baixos volumes de chuva em 62 das 64 estações meteorológicas monitoradas, com períodos de até 30 dias sem precipitações significativas. Enquanto as regiões Norte, Leste e Bolsão enfrentaram déficit hídrico, o Pantanal teve excedente de chuvas.
O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) alerta que o La Niña deve manter o padrão de chuvas irregulares entre outubro e dezembro, o que exige cautela por parte dos produtores. Para reduzir os riscos, muitos estão escalonando o plantio e concentrando a semeadura entre 17 de outubro e 14 de novembro, período em que as precipitações tendem a se estabilizar.
A Aprosoja destaca que o manejo adequado e a análise das condições do solo são fundamentais para evitar perdas. Nos últimos cinco anos, 83% da soja sul-mato-grossense foi plantada nesse intervalo de tempo, confirmando a eficácia da estratégia diante da instabilidade climática.
Safra de milho teve alta de 68%
O boletim também apresentou o fechamento da safra de milho 2024/2025, encerrada em setembro, com 14,22 milhões de toneladas colhidas — um aumento de 68,2% em relação ao ciclo anterior. A produtividade média foi de 112,7 sacas por hectare, apesar dos impactos das geadas registradas em junho, que afetaram 35 mil hectares nas regiões Central e Sul, com perdas entre 10% e 30%.
Mercado e comercialização
No mercado, a saca de soja foi cotada a R$ 124,81 em 13 de outubro, registrando queda de 0,35% na semana e 9,45% no comparativo anual. O milho, por sua vez, foi negociado a R$ 51,56 por saca, com desvalorização de 0,48%.
A comercialização da soja 2024/2025 já alcança 92% da safra, enquanto o milho da segunda safra atingiu 62,5%. A previsão para o trimestre de outubro a dezembro indica chuvas entre 50 e 130 milímetros e temperaturas ligeiramente acima da média histórica.