Paralisação do transporte coletivo reduz vendas e ameaça desempenho do varejo às vésperas do Natal
O comércio de Campo Grande amarga um prejuízo estimado em cerca de R$ 10 milhões por dia com a paralisação do transporte coletivo, que chegou ao terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (17). A greve mantém mais de 100 mil usuários sem acesso aos ônibus e afeta diretamente a circulação de consumidores e trabalhadores, aprofundando as perdas em pleno período natalino.
De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da capital, o impacto diário é sentido principalmente no varejo, que depende do fluxo presencial de clientes para garantir as vendas de fim de ano. Lojas com vendedores comissionados relatam queda expressiva no faturamento, o que compromete não apenas o resultado das empresas, mas também a renda dos trabalhadores.
A entidade destaca que a paralisação ocorre justamente no momento mais importante do calendário comercial. Levantamento divulgado no início de dezembro apontava que 77,5% das compras de Natal seriam feitas presencialmente, com expectativa de movimentação de R$ 194 milhões na economia local. Com a greve, esse cenário positivo fica ameaçado, à medida que consumidores deixam de circular e lojistas acumulam despesas extras.
Além da redução nas vendas, empresários têm sido obrigados a arcar com novos custos para manter as atividades. No pequeno varejo, muitos passaram a pagar transporte por aplicativo para garantir a presença de funcionários. Já empresas maiores precisaram contratar ônibus e vans para buscar trabalhadores em casa, elevando ainda mais os gastos diários.
Segundo o presidente da CDL Campo Grande, Adelaido Figueiredo, o prejuízo vai além do caixa das empresas. “Não perde apenas o empresário. Perde o vendedor, que depende do comissionamento, perde o trabalhador que não consegue chegar ao emprego e perde a cidade como um todo”, afirmou.
A CDL reconhece a legitimidade das reivindicações trabalhistas, mas alerta que a manutenção da greve amplia, dia após dia, as perdas do comércio e de outros setores da economia. A entidade defende uma solução imediata para o impasse, a fim de restabelecer o transporte coletivo, preservar empregos e evitar que os prejuízos diários se acumulem em um dos períodos mais decisivos para o varejo da capital.




















