O Conselho Tutelar de Campo Grande acompanhava a situação de vulnerabilidade da menina de seis anos, morta em decorrência de um sequestro, estupro e estrangulamento, em crime cometido na quarta-feira (27) e descoberto nesta quinta (28).
Segundo as informações, a família é de baixa renda, porém, não há registros de violência doméstica ou maus-tratos contra as crianças. A vitima era a filha mais velha do casal, que tem outro de dois anos e a mulher está gestante de oito meses.
O velório ocorre a partir das 20h desta quinta-feira, no Cemitério Parque de Campo Grande. O sepultamento será às 08h30 de sexta-feira (29) no mesmo local. Uma campanha ajudou a arrecadar os recursos para as despesas fúnebres.
Ninguém viu a menina sair de casa
O autor do crime, de 20 anos, morto em confronto com a Polícia Civil na região do Inferninho na manhã desta quinta, era conhecido da família, e tinha extensa ficha criminal contendo dois abusos sexuais contra um bebê de um ano e uma criança de 11 anos.
Em um vídeo divulgado pela polícia é possível ver ele acompanhando a criança, a pé, me direção a sua casa. Na cena, a menina não demonstra comportamento de reação, andando normalmente ao lado dele, sem desconfiar de nada.
O desaparecimento da criança foi pela manhã, segundo o pai, ele tinha ido trabalhar e a esposa ficou dormindo. O pai também disse que o autor deve ter oferecido doce para atrair a menina para o seu lado.
Testemunhas disseram que era comum a menina andar com o autor do crime, pois ele também tem uma filha pequena com quem a criança brincava. Vizinhos também apontaram que frequentemente comprava doces para ela.
Autor pegou ferramenta emprestada
No local do crime, a polícia apreendeu um cavucate, ferramenta usada para escavação. O dono dessa se apresentou como sendo um vizinho. Ele detalhou que Gordinho apareceu em sua casa às 18h para pedir emprestado, mas não falou o motivo.
O dono também citou que o autor esteve tomando garapa com o pai e o tio da criança, com quem tinha trabalhado em um frete momentos antes. A testemunha declarou que chegou a pensar em recusar emprestar a ferramenta, mas entregou para ele.
“Não gosto de emprestar as coisas, mas disse que amanhã cedo devolvia. Depois, comentou que não podia falar nada o pai e o tio da menina, com quem estava trabalhando no frete. Pensei que ia fazer algum serviço e não queria dividir o dinheiro com eles”, disse à imprensa.
O caso
Conforme consta, os pais da menina deram pela sua falta na tarde de quarta-feira (27) e, ao olharem nas câmeras de videomonitoramento do imóvel, na Rua São Gabriel, bairro Taquarussu, viram o conhecido, identificado como Willian ‘Gordinho’, saindo com ela rumo a sua residência, na Rua Joaquim Manoel de Carvalho, no bairro Vila Carvalho.
O vídeo divulgado pela polícia mostra a menina acompanhando o autor tranquilamente, sem suspeitar de nadar. O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi acionado para atender a ocorrência e, com a equipe do Canil, esteve no local, que se encontrava vazio.
Pela janela, os militares perceberam o chão da cozinha sujo de barro, com marcas de chinelo. Logo, descobriu-se que ele tinha ido até um conhecido, no bairro Taquarussu, pegar uma cavucate, ferramenta usada para escavação.
Diante da suspeita de ocultação de cadáver, os militares entraram no imóvel e, em um dos quartos, ao erguer a cama, acharam uma banheira de bebê com um volume grande enrolado em uma coberta marrom, presa com fita adesiva. Ao abrir parcialmente a coberta, confirmaram ser o corpo de criança.
A Polícia Civil está investigando as circunstâncias do crime. O corpo foi recolhido para passar por perícia que irá identificar como ocorreu o óbito, a suspeita é estrangulamento. Ainda segundo as informações, o autor possui mandado de prisão em aberto, por crime não esclarecido.
