Campo Grande pode enfrentar uma nova paralisação dos motoristas do transporte público nos próximos dias. Isso porque o Consórcio Guaicurus, coletivo de empresas de viação que opera o serviço há anos, não pagou o 13º salário dos funcionários e não tem previsão de quando conseguirá cumprir com a obrigação trabalhista.
O anúncio da situação foi colocada à imprensa pelo próprio Consórcio nessa sexta-feira (05), através de nota. No documento, as empresas de ônibus sustentam que enfrentam uma grave crise financeira causada pela inadimplência nos repasses devidos pelo poder público, que incluem o vale-transporte, subsídios e outros componentes tarifários.
“A falta de regularização imediata destes pagamentos críticos está ameaçando a continuidade e a qualidade da prestação dos serviços de transporte na capital. A ausência dos repasses não permite o cumprimento de obrigações financeiras essenciais para a manutenção do sistema, que opera no limite de suas capacidades”, pontua.
Ainda no comunicado, o Guaicurus justifica que sem o fluxo de caixa necessário não terá condições de realizar os pagamentos da Folha Salarial e o 13º Salário dos colaboradores, além de Custos Operacionais Básicos, como combustíveis, manutenção da frota e encargos, inviabilizando os serviços do transporte público.
“O Consórcio Guaicurus faz um apelo urgente para que as autoridades competentes tomem as providências imediatas necessárias para a regularização dos repasses, uma vez que o inadimplemento pode causar interrupção dos serviços que afetará drasticamente a mobilidade urbana e a vida dos cidadãos de Campo Grande”, finaliza a nota.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano ainda não foi oficialmente comunicado sobre a situação, mas uma reunião deve ocorrer na próxima segunda-feira (08) para tratar do assunto. Caso não haja um acordo, não está descartada a possibilidade de uma greve geral dos motoristas.
Vale lembrar que em outubro, também por atraso no pagamento do vale, a categoria fez uma paralisação de algumas horas durante a manhã, deixando muitos passageiros na mão nos terminais e pontos de embarque. Na época, houve um intenso debate envolvendo a Prefeitura, o sindicato, o Consórcio e a Prefeitura para tratar dos repasses e o Município entregou R$ 2,3 milhões.
Na época, o diretor-presidente da Agereg, José Mário Antunes, disse que caso acontecessem novas interrupções seriam aplicadas multas e outras sanções. “Nosso compromisso é com o cidadão. Caso haja descumprimento contratual, todas as medidas cabíveis serão adotadas”. “Tomaremos todas as posições legais de imediato para evitar que a população fique desassistida”, completou o diretor-presidente da Agetran, Paulo da Silva, citando que o custeio do serviço é tripartite, envolvendo pagamento de passagens e subsídios.




















