Taxa está em 15% ao ano, maior nível desde 2006; mercado prevê manutenção até o fim de 2025
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central começa nesta terça-feira (9) mais uma reunião para definir a taxa básica de juros da economia brasileira. O resultado será anunciado na quarta-feira (10). A Selic está atualmente em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006.
No encontro anterior, o comitê decidiu manter a taxa pela terceira vez consecutiva, após interromper em julho um ciclo de sete altas iniciadas em setembro de 2024.
Cautela em meio à incerteza
A nova taxa valerá pelos próximos 45 dias, até a próxima reunião dos diretores do BC. Na ata divulgada após o encontro passado, o Copom afirmou ter considerado fatores internos e externos, além das expectativas para a inflação.
O colegiado reforçou que o cenário atual é marcado por “elevada incerteza”, o que exige cautela na condução da política monetária. O BC também reiterou que a manutenção da Selic em nível elevado deve persistir por um período “bastante prolongado”.
“O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta”, informou o comunicado.
Mercado prevê estabilidade até o fim de 2025
Segundo o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, os economistas do mercado financeiro projetam que a Selic encerre 2025 também em 15% ao ano.
Para 2026, a expectativa é de queda para 12,25%, mantida há seis semanas. As previsões para 2027 e 2028 seguem em 10,5% e 10,5%, respectivamente.
O que é a Selic?
A Selic é o principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação medida pelo IPCA. Juros mais altos encarecem o crédito, reduzem o consumo e freiam a atividade econômica — o que ajuda a conter a alta de preços.
Na prática, aumentos da Selic impactam financiamentos, empréstimos e cartões de crédito, tornando o custo total maior para consumidores e empresas.
Histórico recente
Entre agosto de 2022 e junho de 2023, a Selic ficou em 13,75% ao ano. Depois, o BC promoveu seis cortes de 0,50 ponto percentual e um de 0,25 ponto, levando a taxa a 10,5% em maio de 2024.
Esse valor durou até setembro, quando o Copom voltou a subir os juros. Desde então, foram sete altas consecutivas até chegar aos atuais 15%.
