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terça-feira, 5 de agosto, 2025
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Crise diplomática: EUA já tinham plano contra medidas do STF e governo Lula

A decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não surpreendeu o governo dos Estados Unidos. Segundo fontes diplomáticas, o Departamento de Estado americano já havia preparado um plano de resposta há pelo menos duas semanas, com medidas previstas para cada possível decisão da Justiça ou do governo brasileiro envolvendo o ex-presidente.

O plano inclui a ampliação das sanções previstas na Lei Magnitsky — legislação americana que permite punir estrangeiros acusados de corrupção e violações de direitos humanos — atualmente aplicadas a Moraes, para outros ministros do STF que têm votado a favor das ações judiciais contra Bolsonaro e plataformas digitais. As sanções congelam possíveis bens dos alvos em território americano e podem atingir também organizações e instituições bancárias associadas a eles.

Além das medidas econômicas, o pacote de retaliação política inclui a revogação de vistos de entrada nos EUA de membros do alto escalão do governo brasileiro, com exceção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da primeira-dama Janja da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Também está no radar a retirada das credenciais diplomáticas da embaixadora do Brasil em Washington e a suspensão generalizada de vistos para cidadãos brasileiros, com possíveis restrições adicionais, como a cobrança de até US$ 500 para renovações ou até o banimento de entrada.

A reação norte-americana ganhou ainda mais força após a publicação de uma nota oficial do Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental, que classificou a decisão de Moraes como uma “ameaça à democracia”. Em postagem nas redes sociais, o órgão afirmou:

“Deixem Bolsonaro falar! Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impõe prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que auxiliarem e forem cúmplices da conduta”.

Crise diplomática: EUA já tinham plano contra medidas do STF e governo Lula

A visão predominante em Washington é de que o STF, com apoio do Palácio do Planalto, estaria atuando para impedir que Bolsonaro participe ativamente das eleições de 2026, o que é interpretado como uma interferência direta no processo democrático.

Nos bastidores, o ex-presidente americano Donald Trump, aliado ideológico de Bolsonaro, também se mobiliza. Segundo assessores, ele enxerga na prisão do ex-presidente brasileiro um paralelo com seus próprios embates com o sistema judiciário dos EUA. Trump pretende usar o episódio como bandeira para reforçar sua narrativa de perseguição política por parte da esquerda, tanto nos EUA quanto na América Latina.

Enquanto isso, a repercussão internacional cresce, e a situação diplomática entre Brasil e Estados Unidos entra em zona de tensão, com possível escalada nas próximas semanas.

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