17/01/2017 10h00
Crise impulsiona nova onda de favelização na periferia de Campo Grande
Neste ano, 2,5 mil pessoas ocuparam áreas na Capital
Correio do Estado
A crise econômica associada a deficiências crônicas nas políticas habitacionais impulsionam o processo de favelização em Campo Grande. Apenas neste ano (até ontem), 619 famílias – o que corresponde a aproximadamente 2,5 mil pessoas – ocuparam áreas na periferia da Capital e ergueram moradias improvidas. Além de ser reflexo da retração da capacidade de pagamento – sobretudo, do aluguel do imóvel –, o problema também resulta da ausência do poder público nos últimos anos: durante a gestão municipal anterior, foram entregues 5.469 casas, número sete vezes menor que o deficit habitacional estimado para o município, de 42 mil unidades.
Desde o início do ano, foram ocupadas três áreas: no Conjunto Paulo Coelho Machado (400 famílias), no Jardim das Macaúbas (192) e no Jardim Samambaia I (27). No primeiro caso, a ocupação fica ao lado de condomínio, inicialmente de responsabilidade da construtora mexicana Homex, que declarou falência e deixou a cidade sem entregar parte dos imóveis. A favela em processo no Jardim Macaúbas, ocupada desde sábado, fica em terreno onde funcionava um clube particular. A terceira área seria, em princípio, sem dono – conforme populares, os antigos proprietários faleceram há muito tempo sem deixar herdeiros e o local ficou abandonado.
Na edificação das casas, os moradores demonstram relativa organização: os terrenos são “loteados”, há previsão de espaços para ruas e diversas moradias são de alvenaria. No Jardim Samambaia I, por exemplo, as famílias projetaram, de início, cinco ruas separando os blocos de imóveis. No local, também ficou consensuado que não se pode construir barracos de lona.












