Discussão termina em incêndio criminoso e tentativa de feminicídio no Bairro Santa Luzia

28
(Reprodução/ Instagram/Central de Notícias 67)

Após ameaças, suspeito jogou gasolina na residência e provocou fogo com a família dentro, diz polícia

Uma discussão dentro de casa terminou em incêndio criminoso e deixou uma família em risco na noite de terça-feira (30), em Campo Grande. No Bairro Santa Luzia, uma mulher de 36 anos escapou com as duas filhas após o companheiro atear fogo na residência, configurando uma tentativa de feminicídio, segundo a polícia.

De acordo com o boletim de ocorrência, o casal passou o dia ingerindo bebidas alcoólicas. No fim da tarde, a mulher parou de beber para cuidar das crianças, enquanto o homem continuou consumindo álcool na casa de um vizinho. Ao retornar, os dois discutiram. Durante o desentendimento, ele agrediu a companheira com tapas no rosto e bateu a cabeça dela contra a parede.

Ainda conforme o relato, a mulher disse que queria encerrar o relacionamento. O homem reagiu com ameaças, afirmando que só sairia da casa preso ou morto e que colocaria fogo no imóvel. Com medo, a vítima acionou a Polícia Militar. Logo depois, o suspeito espalhou gasolina pela residência e provocou o incêndio.

No momento em que o fogo começou, a mulher e as filhas — uma adolescente de 15 anos e um bebê de um ano — estavam dentro da casa. A adolescente tomava banho quando as chamas se espalharam. A mãe conseguiu retirar as crianças a tempo, sem ferimentos, mas o imóvel de madeira foi totalmente destruído.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para combater o incêndio. O autor sofreu queimaduras de segundo grau em cerca de 15% do corpo e foi socorrido para a Santa Casa, sob escolta policial. Ele foi localizado escondido na casa de um vizinho e preso em flagrante.

Durante a abordagem, policiais encontraram três munições de calibre .44 no bolso da calça do suspeito. Segundo a vítima e a filha adolescente, o homem já havia feito ameaças anteriores com arma de fogo, que não foi localizada. A jovem relatou que, em uma ocasião, chegou a ter uma arma apontada para a cabeça.

O caso foi registrado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) como tentativa de feminicídio no contexto de violência doméstica, incêndio criminoso, ameaça, vias de fato e posse irregular de munição. A mulher solicitou medidas protetivas de urgência e recebeu orientações sobre acompanhamento psicossocial e assistência jurídica.

Se você sofre ou presencia violência doméstica, denuncie. A Central de Atendimento à Mulher, pelo número 180, funciona 24 horas, é gratuita e a ligação pode ser anônima. Em situações de emergência, acione a Polícia Militar pelo 190.