O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou nesta quinta-feira (9) sua desfiliação do PSDB, partido ao qual foi filiado por 24 anos e do qual chegou a ser presidente nacional. Com sua saída, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, passa a ser o único chefe de Executivo estadual filiado ao PSDB em todo o país.
Leite segue os passos da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que deixou o PSDB recentemente para se filiar ao PSD — legenda que também deve receber o gaúcho nos próximos dias. A movimentação reforça a debandada tucana e evidencia o enfraquecimento do partido, que já esteve entre os protagonistas da política nacional.
Em nota pública, Eduardo Leite destacou o sentimento de gratidão ao PSDB, partido que, segundo ele, foi fundamental na sua formação política. “Minha saída não é um rompimento com os valores que aprendi no PSDB. Ao contrário, sigo guiado por eles”, afirmou. O governador também mencionou a importância de lideranças históricas, como Fernando Henrique Cardoso, em sua trajetória. “As circunstâncias do cenário político e eleitoral, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, exigem novos caminhos”, justificou.
PSDB em transição
A desfiliação de Leite ocorre em um momento delicado para o PSDB, que discute internamente uma possível fusão com o Podemos, em tentativa de manter relevância nacional. Com a saída de dois governadores em menos de um ano, o partido agora tenta se reorganizar diante de uma base cada vez mais reduzida.
O governador sul-mato-grossense Eduardo Riedel, agora único tucano no comando de um estado, já recebeu convite do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, mas até o momento aguarda uma decisão oficial do diretório nacional sobre os rumos da sigla.
A saída de Leite consolida o avanço do PSD sobre quadros estratégicos do PSDB e pode representar um realinhamento do centro político no Brasil.