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quinta-feira, 23 de outubro, 2025
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Em nota, prefeitura nega atraso nos pagamentos após paralisação do transporte coletivo

Paralisação dos ônibus atrasou início das atividades; vereadores apontam atraso de R$ 9,5 milhões no transporte estudantil

A Prefeitura de Campo Grande afirmou, por meio de nota oficial, que está rigorosamente em dia com os pagamentos ao Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo da Capital. A manifestação foi divulgada após a paralisação dos ônibus na manhã desta quarta-feira (22), que atrasou o início das operações em cerca de uma hora e meia, prejudicando milhares de passageiros.

Na nota, o Executivo municipal destacou que o financiamento do transporte coletivo urbano envolve outros entes públicos e a própria sociedade, por meio da tarifa paga pelos usuários. “No que compete ao Município, todos os compromissos estão sendo cumpridos. A administração mantém diálogo constante com o Consórcio para buscar as melhores soluções e assegurar a continuidade e a qualidade do serviço, evitando prejuízos à população”, diz o texto.

Motivo da paralisação

Os motoristas do Consórcio Guaicurus retardaram o início do expediente em protesto contra o atraso no pagamento do vale de R$ 1,3 mil, que normalmente é depositado no dia 20 de cada mês. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU), Demétrio de Freitas, a categoria marcou uma assembleia para segunda-feira (27) e pode deflagrar greve por tempo indeterminado caso o impasse não seja resolvido.

Repasses em atraso

O presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, cobra o repasse de cerca de R$ 9,5 milhões referentes ao pagamento do transporte de estudantes das redes públicas. Conforme o vereador Epaminondas Papy, presidente da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito da Câmara Municipal, o poder público está há quase quatro meses sem efetuar os repasses.

Segundo Papy, o Governo do Estado deve aproximadamente R$ 6 milhões, e a Prefeitura de Campo Grande, cerca de R$ 3 milhões. Ainda de acordo com ele, o Estado não teria realizado o repasse porque o Município, que atua como intermediário, está com o “nome sujo” e não consegue emitir a certidão negativa exigida pelo governo estadual para liberar o pagamento.

A Câmara Municipal realizou uma reunião de emergência nesta quarta-feira para tratar da crise no transporte coletivo. O colegiado pretende solicitar uma reunião conjunta com a prefeita Adriane Lopes, representantes do Consórcio e do Sindicato dos Trabalhadores. “O cidadão não pode continuar sendo penalizado. Precisamos garantir que o transporte volte a funcionar sem interrupções”, afirmou Papy.

Até o momento, o Governo do Estado não se manifestou oficialmente sobre a situação dos repasses.

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