Em pronunciamento de fim de ano, Lula faz balanço do governo e aponta desafios para 2026

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(Foto: Ricardo Stuckert)

Presidente citou saída do Brasil do Mapa da Fome, geração de empregos e combate ao crime

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão nesta quarta-feira (24) no qual desejou boas festas à população e apresentou um balanço das ações do governo ao longo do ano, além de apontar os principais desafios para 2026.

No discurso, Lula classificou 2025 como um “ano histórico” para o Brasil, apesar das dificuldades enfrentadas. “Um ano difícil, com muitos desafios, mas um ano em que todos que torceram ou jogaram contra o Brasil acabaram perdendo. Um ano em que o povo brasileiro sai como o grande vencedor”, afirmou.

Entre os avanços destacados, o presidente citou a saída do Brasil do Mapa da Fome, a retomada do Bolsa Família, o fortalecimento da agricultura familiar e a valorização do salário mínimo. Segundo ele, o governo também investiu na geração de empregos e na alimentação escolar.

Lula ressaltou ainda o fim do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, medida que, segundo o presidente, passa a valer a partir de janeiro. “Milhões de famílias terão um dinheiro extra todos os meses. Isso vai aliviar as contas, aquecer ainda mais a economia e beneficiar o país inteiro”, disse.

Emprego, saúde e programas sociais

Na área da saúde, o presidente mencionou o programa Agora Tem Especialistas, criado para reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS). Também foram citados os programas Pé-de-Meia, Gás do Povo e Luz do Povo.

O presidente defendeu a retomada do Minha Casa, Minha Vida, que, segundo ele, voltou a atender a classe média, e anunciou a chegada do programa Reforma Casa Brasil. “Moradia digna é um direito fundamental, que tem que ser garantido”, afirmou.

Lula também lembrou a Transposição do Rio São Francisco e as obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No campo econômico, comemorou o encerramento do ano com a menor taxa de desemprego da história, recordes de emprego com carteira assinada e aumento da renda média dos trabalhadores.

De acordo com o presidente, a inflação acumulada será a menor já registrada, o que contribuiu para a redução da pobreza e da desigualdade. “Só neste ano, dois milhões de pessoas deixaram o Bolsa Família porque melhoraram de renda”, afirmou.

Outro ponto destacado foi a nova Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que, segundo o governo, deve ficar até 80% mais barata e mais acessível à população.

Desafios para 2026

Ao falar sobre os desafios do próximo ano, Lula citou o combate ao crime e à violência. Ele elogiou as operações da Polícia Federal contra o crime organizado e afirmou que, pela primeira vez, o “andar de cima” foi atingido. “Nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante”, disse.

O presidente também abordou a violência contra as mulheres e convocou a sociedade a se engajar no enfrentamento do problema. “Vou liderar um grande esforço nacional envolvendo ministérios, instituições e toda a sociedade brasileira. Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma”, afirmou.

Cenário internacional

No campo internacional, Lula destacou que o Brasil voltou a ser respeitado e admirado no exterior. Ele citou a realização da COP30, em Belém, e afirmou que cerca de 9 milhões de turistas estrangeiros visitaram o país no período do evento.

“A COP30 foi um sucesso e consolidou o Brasil como liderança global no tema mais importante deste século”, afirmou. Lula também mencionou o chamado “tarifaço” contra produtos brasileiros e disse que o governo apostou no diálogo para proteger empresas e empregos.

Segundo o presidente, o Brasil encerra o ano com mais de 500 novos mercados abertos para produtos nacionais. “Nossa soberania e nossa democracia saíram vencedoras e o povo brasileiro venceu”, declarou.

Escala 6×1

No encerramento do pronunciamento, Lula afirmou que continuará combatendo privilégios e defendeu o fim da escala de trabalho 6×1, sem redução de salário. “Não é justo que uma pessoa trabalhe seis dias e tenha apenas um para descansar, conviver com a família e acompanhar o crescimento dos filhos”, disse.

Segundo o presidente, o fim da escala 6×1 é uma demanda popular que deve ser debatida pelo Congresso. “Cabe a nós, representantes do povo, escutar e transformar em realidade”, concluiu.