As funcionárias da pecuarista morta na quinta-feira (28) dentro de uma casa de luxo em Campo Grande passaram pela audiência de custódia neste sábado (30) e tiveram suas prisões em flagrante convertidas em preventivas. De acordo com o despacho assinado pelo juiz plantonista Aluizio Pereira dos Santos, foi levada em consideração para a decisão a natureza do crime, a sua gravidade e a forma como foi executado. O caso ainda está sendo investigado e o inqúerito segue aberto.
As funcionárias, que são mãe e filha de 43 e 24 anos respectivamente, confessaram o falso sequestro após serem ouvidas pela investigação e apresentarem uma versão suspeita para os fatos, o que levou às prisões em flagrante horas depois do assassinato. As duas são ás únicas presas pela morte da pecuarista até agora, sendo que o cunhado da mãe está sendo procurado. Ele foi apontado como sendo o responsável pela asfixia que acabou matando a vítima. Ainda segundo a investigação, as duas trabalhavam para a vítima e queriam forçá-la a fazer um PIX de R$ 20 mil.
Na audiência de custoria, a filha alegou tem residência fixa no Bairro Tiradentes e que tem dois filhos pequenos, de 6 e 3 anos, por conta disso entrou com o pedido de liberdade. A funcionária ainda alegou estar grávida e que trabalha de forma autônoma há cinco dias vendendo pasteis.
Já a mãe dela alegou que morava na Vila Planalto com uma companheira e dois enteados, mais uma amiga e os dois filhos dessa mulher. No entanto, após a prisão, essa companheira terminou o relacionamento e a expulsou da casa. Ela afirmou que a sua única fonte de renda era o trabalho de empregada e motorista da pecuarista, para quem trabalhava há pelo menos sete anos.
“O crime foi praticado com emprego de grave ameaça e violência (…), bem como a ausência de comprovação de trabalho lícito e residência fixa. O fato delituoso é grave, foi praticado mediante violência ou grave ameaça à pessoa, de modo que infiro não ser recomendável a concessão de medidas cautelares mais brandas”, pontuou o juiz no despacho.
Agora, as duas serão encaminhadas para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exames e, posteriormente, para o Centro de Triagem da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), onde aguardarão pela vaga no presídio, provávelmente no Presídio Feminino Irmã Irma Zorzi, em Campo Grande.
O caso
A Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), que investiga o caso, cita que tudo foi planejado dias antes, sendo que o cunhado da funcionária-mãe foi chamado para interpretar o papel de bandido, usando um simulacro de arma de fogo e também um boné.
No dia do crime, elas foram até ao atacadista, deixando o carro destrancado já para que o cunhado pudesse entrar, simulando o sequestro para que pudesse entrar no condomínio. Já em frente a casa, o homem desceu do carro com a filha da funcionária (sua sobrinha) enquanto que a outra permaneceu dentro do veículo já para dar a fuga ao grupo.
Quando eles entraram na casa encontraram a vítima na sala e o cunhado passou a agredir a pecuarista. Para evitar qualquer suspeita dos viznhos, ele tampou a boca dela com um pano e passou a esganá-la. O grupo não pretendia matar a vítima, isso fez com que mudassem os planos. Ao ver que a mulher tinha falecido, o cunhado e a sobrinha levaram o corpo dela para um dos quartos e o deitaram na cama e fugiram levando alguns objetos de valor para simular o latrocínio.
Em seguida, a empregada-mae, que permaenceu no local, pediu ajuda a um militar que mora no condomínio de luxo, informando que a casa havia sido assaltada e a sua patroa assassinada.