Especialistas em meio ambiente de todo o Brasil conhecem práticas sustentáveis da Águas Guariroba

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Foto: Divulgação

Cerca de 70 especialistas em meio ambiente de diversas regiões do país estiveram em Campo Grande para conhecer de perto as práticas sustentáveis desenvolvidas pela Águas Guariroba e por outras concessionárias do grupo Aegea, durante o 3º Encontro Nacional de Qualidade Ambiental (ENQA 2025), realizado nos dias 4 e 5 de dezembro, na capital sul-mato-grossense. 

Promovido pela Aegea e sediado pela Águas Guariroba, o evento reuniu dois dias de debates técnicos, apresentações e atividades de campo, com foco em gestão ambiental integrada, inovação, preservação de recursos naturais e cases ESG do saneamento nacional. 

Campo Grande em evidência pela agenda ambiental

Na abertura do encontro, o diretor-presidente da Águas Guariroba e da Ambiental MS Pantanal, Gabriel Buim, ressaltou que o meio ambiente está no centro da atuação do saneamento, ao lembrar que, além de levar água tratada e coletar esgoto, o setor tem a responsabilidade de proteger todo o ciclo da água e os mananciais que abastecem as cidades. 

Durante a programação, os participantes conheceram iniciativas ambientais que se tornaram referência em Campo Grande, como o Viveiro Isaac de Oliveira – responsável pela produção de mudas nativas para ações de reflorestamento na capital e no interior –, o programa Córrego Limpo, focado na preservação de cursos d’água urbanos, projetos de neutralização de carbono e o PRADA (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas) da captação Lageado, que recupera áreas sensíveis e protege o córrego que ajuda a abastecer a cidade. 

Na manhã do segundo dia, as equipes fizeram visitas de campo ao Viveiro Isaac de Oliveira e ao PRADA da captação Lageado, acompanhando de perto o processo de produção de mudas, o reflorestamento, a proteção de nascentes e o manejo sustentável que reforçam a segurança hídrica de Campo Grande.  

Troca de experiências e desafios comuns

Para Fernando Garayo, gerente de Meio Ambiente da Águas Guariroba, receber equipes de várias unidades da Aegea na capital amplia a visão estratégica da companhia e fortalece a cultura de sustentabilidade no saneamento: o encontro permitiu, além de debater tendências e desafios ambientais, mostrar como Campo Grande vem avançando em pautas alinhadas às grandes discussões nacionais e internacionais, incluindo aquelas que serão levadas para a COP30.  

A programação também contou com a participação de Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea e ex-presidente do Instituto Trata Brasil, que trouxe uma visão nacional sobre saneamento e ESG.  

Especialistas em meio ambiente de todo o Brasil conhecem práticas sustentáveis da Águas Guariroba

Ao longo do evento, representantes de diferentes estados compartilharam experiências e falaram sobre desafios e projetos em andamento. Para Fernanda Cenci, gerente de Meio Ambiente da Corsan, no Rio Grande do Sul, a tecnologia e a gestão de dados são peças-chave para avançar: “Na Corsan temos uma realidade de mais de 1000 ativos, que a gente tem licença entre licenças e outorgas. E um dos desafios que a gente tem desde a privatização do grupo é conseguir fazer a gestão desses resíduos de forma automatizada, conseguir ter informação em tempo real e também fazer uma boa gestão de relatórios desses dados.” 

Ela explica que a companhia prepara, para 2025, a implantação de uma plataforma inteligente para integrar a gestão de resíduos. “Como projeto para 2025, a gente está implantando uma nova tecnologia, uma plataforma inteligente, um software, pra justamente conseguir fazer essa integração, essa gestão dos nossos resíduos. Conseguir dar visibilidade dentro do nosso estado e a nossa expectativa pra 2026 é que isso seja divulgado. É um projeto piloto dentro da Aegea, puxado pela Corsan, e que isso seja amplamente divulgado e espelhado para as demais unidades de negócio do grupo.” 

Rafaela Seríaco Dutra, analista ambiental da Águas de Governador Valadares, em Minas Gerais, destacou que o foco da unidade é cumprir as metas contratuais com responsabilidade socioambiental. “Em 2025, o maior desafio nosso foi tentar alcançar todos os indicadores que o próprio contrato de concessão coloca para a unidade atingir. Para 2026 a gente pretende continuar atingindo as nossas metas do contrato e levar parte da sustentabilidade e Meio Ambiente para a unidade”, aponta. 

Para Manuela Lurdes Pinto E Silva Forbes, especialista de Sustentabilidade da Aegea, o momento é de reposicionar a área para o futuro. “Um bom desafio foi começar a pensar como será a área de Sustentabilidade daqui para frente. Estamos reestruturando a estratégia. Agora estamos redesenhando o que queremos entregar nos próximos anos. A minha perspectiva para o ano que vem é que a gente tenha uma área consolidada, com um time maior e mostremos qual o valor da sustentabilidade para o negócio”, considera. 

Já Rafaela do Amarante Carneiro, analista ambiental de EHS, reforçou o papel das diretrizes corporativas e dos sistemas de gestão integrados. “Como EHS, vemos várias regulamentações, as novas demandas que estão vindo do mercado de negócios. Apoiar com o sistema de gestão ambiental consolidado nas unidades de negócios, que a gente consiga apoiar com os nossos reportes oficiais, com as nossas políticas ambientais e criar um sistema consolidado, unificado e que traga em todas as unidades uma visão padronizada para que a gente consiga transmitir nossas informações da maneira mais transparente possível.” 

Casos de sucesso mostram impacto direto na vida da população

Além das práticas de Campo Grande, o ENQA trouxe para o centro das discussões casos de sucesso de outras regiões, evidenciando como ações ambientais transformam realidades locais.

Ítalo de Souza, diretor-executivo de Gestão de Ativos, apresentou o case da Águas de Jauru, em Mato Grosso, que passou por forte estiagem nos anos de 2020 e 2021.“Os mananciais começaram a secar e o déficit hídrico aconteceu. A única solução foi buscar água em outro local, visto que a perfuração de poços e outros mananciais próximos não tinham capacidade suficiente de suprir a demanda da população.” 

A alternativa encontrada foi investir na recuperação do manancial, em parceria com a WWF.

“A parceria junto com a WWF foi a ação executada, realizando a recuperação do manancial em questão. Foi feita a recuperação de 10 hectares na nascente dessa bacia, que ajudou a fazer a recuperação da disponibilidade hídrica em todo o período de seca. O sucesso foi tão grande que, no ano seguinte à implementação, saímos de custos 30x mais elevados com caminhão-pipa e chegamos a zero caminhões para a operação”, contou. 

Segundo ele, o resultado comprova que investimentos corretos em bacias e mananciais, com recuperação de vegetação, evitam que a população sofra com a estiagem.

Outro destaque foi o case apresentado por Caroline Lopes Santos, gerente de Meio Ambiente em Águas do Rio, sobre a recuperação da praia do Flamengo, na Baía de Guanabara (RJ). “A baía de Guanabara é um grande patrimônio histórico no estado do Rio de Janeiro e por anos ela sofreu com a poluição vinculada ao despejo irregular de esgoto. E hoje nós trouxemos um pouco de como o saneamento é capaz de transformar essa realidade.” 

Especialistas em meio ambiente de todo o Brasil conhecem práticas sustentáveis da Águas Guariroba

Quando a concessão começou, em 2021, a praia tinha uma média histórica de balneabilidade inferior a 12%. “Hoje, no ano de 2025, estamos acumulando uma média histórica de 89%. Em 89% do ano a população pode desfrutar dessa praia. Com essa alteração que a Águas do Rio criou, a praia, que antes era chamada de brejo, hoje está carinhosamente conhecida como ‘Caribrejo’. E passou a ser o segundo ponto turístico mais visitado no Rio de Janeiro, perdendo só para Copacabana.” 

Legado ambiental e visão de futuro

Ao final do encontro, os participantes destacaram a importância de vivenciar na prática as ações ambientais desenvolvidas em Campo Grande. Em depoimentos registrados pela organização, muitos ressaltaram o simbolismo de plantar árvores, conhecer projetos de recuperação de áreas degradadas e discutir, de forma integrada, os desafios do saneamento e da sustentabilidade. 

A realização do ENQA 2025 em Campo Grande reforça o compromisso da Águas Guariroba e da Aegea com a inovação, a proteção dos recursos naturais e a construção de cidades mais resilientes. Mais do que apresentar projetos, o encontro mostrou que as práticas sustentáveis já fazem parte do dia a dia da operação e inspiram soluções em todo o país – exatamente o que os especialistas em meio ambiente vieram buscar ao conhecer, de perto, a experiência da concessionária na capital sul-mato-grossense.

Em Mato Grosso do Sul, a Aegea é representada pela Águas Guariroba, responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário de Campo Grande, e pela Ambiental MS Pantanal, parceira da Sanesul e do Governo do Estado na PPP (Parceria Público Privada) que trata o esgoto de 68 municípios do interior.