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quinta-feira, 31 de julho, 2025
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EUA impõem sanções a Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (30) a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A legislação é usada para sancionar estrangeiros envolvidos em graves violações de direitos humanos e corrupção. A decisão foi antecipada pelo analista internacional da CNN, Lourival Sant’Anna.

Na justificativa oficial, o governo americano citou processos conduzidos por Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, além da autorização de detenções preventivas consideradas arbitrárias e medidas que teriam cerceado a liberdade de expressão no Brasil.

Com a sanção, Moraes foi incluído na lista SDN (Specially Designated Nationals), o que implica bloqueio de bens e restrições financeiras internacionais. O advogado e professor Ronaldo Lemos explica que contas bancárias ligadas ao nome do ministro podem ser congeladas automaticamente caso envolvam instituições com ligação direta ou indireta com os EUA — o que inclui a maioria dos bancos brasileiros.

Além disso, Moraes poderá enfrentar restrições severas em seu cotidiano, como a impossibilidade de uso de cartões de crédito Visa, Mastercard e American Express, mesmo que emitidos por bancos nacionais. Isso ocorre porque as transações passam por estruturas controladas por empresas americanas, que tendem a cumprir a sanção para evitar penalidades secundárias.

Outra possível consequência é o bloqueio de contas em redes sociais como Instagram, Facebook e BlueSky, todas com sede nos Estados Unidos. Segundo especialistas, embora não obrigatório, o desligamento de perfis já ocorreu em outros casos semelhantes, como o do líder checheno Ramzan Kadyrov, em 2017.

Produtos e serviços como iPhones, Androids, Google Pay, Uber, Amazon, Booking e PayPal também poderão ficar fora do alcance do ministro por meio do chamado over compliance — termo usado quando empresas evitam qualquer risco de violar sanções.

Até mesmo a compra de passagens aéreas pode ser afetada. Conforme o advogado Emanuel Pessoa, companhias com atuação significativa nos Estados Unidos — como Latam, Gol e Azul — podem ser obrigadas a negar o embarque do magistrado, sob risco de sofrer sanções.

A medida causou forte repercussão no cenário político internacional. O deputado Eduardo Bolsonaro já articula ações semelhantes contra Moraes em países europeus.

A decisão marca um momento de tensão nas relações entre Brasil e Estados Unidos e levanta discussões sobre os limites da jurisdição internacional em casos envolvendo autoridades de alta corte em outros países.

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