Um ex-vereador campo-grandense foi preso na nova fase da Operação Tromper, que apura a existência de um grupo organizado e especializado em fraude de contratos e licitações que desviou dinheiro dos cofres públicos da Prefeitura de Sidrolândia. Além do político, que já tinha sido detido na primeira fase da ofensiva, também foram alvos dos mandados de prisão um assessor e um empresário.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, de Sidrolândia, para garantir da ordem pública. Todos irão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ao todo, 20 pessoas são investigadas por participação no esquema, que teria começado em 2017 e continuou mesmo após a prisão do vereador e das duas fases da operação.
A 4ª fase da Operação Tromper foi deflagrada ainda nas primeiras horas do dia pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), sendo cumpridos três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão. O ex-vereador foi preso em seu apartamento, na Capital. Essa é a segunda vez que vai preso, a outra foi em abril de 2024, quando ficou 23 dias em reclusão e saiu com tornozeleira eletrônica.
Entre os alvos da nova etapa, também estão a esposa do ex-vereador e filha da ex-prefeita daquela cidade, uma ex-secretária de Esportes, um ex-secretário de Saúde, o ex-procurador jurídico da Prefeitura, o ex-chefe do setor de planejamento urbano, a ex-chefe de compras e licitações da Secretaria de Saúde, além de outros servidores públicos e empresários do ramo de pavimentação asfáltica.

Arma apreendida na casa de investigada
Ainda segundo o balanço divulgado pelo Gaeco, em uma propriedade localizada na Aldeia 10 de Maio, uma espingarda foi encontrada escondida no quarto de uma mulher investigada por participar do esquema de corrupção.
A arma de fogo apresentava marca e numeração parcialmente ilegíveis em razão do tempo de fabricação, mas não estavam suprimidas. Durante a apuração, um homem se apresentou como sogro da mulher e assumiu a propriedade da arma.
Ele declarou que não possuía porte e nem registro, sendo a espingarda utilizada para caça, não havendo munições no local. Alegou ainda que o armamento foi recebido como presente há muito tempo. Ele foi preso e conduzido à Delegacia de Polícia Civil de Sidrolândia.
O caso
Segundo a investigação, diversos contratos milionários com empresas atuantes no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica foram firmados com o objetivo de roubar os cofres públicos da Prefeitura de Sidrolândia. O MPMS destacou que a organização criminosa permaneceu ativa mesmo após a deflagração das operações anteriores e da aplicação de medidas cautelares.
Ao longo dos últimos dois anos, foram reunidos diversos elementos que comprovam o pagamento de vultosas quantias de propina a agentes públicos, além dos crimes atuais de ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores provenientes dos crimes antecedentes. Os contratos já identificados alcançam o montante aproximado de R$ 20.000.000,00.