O ex-deputado federal Fábio Trad oficializou nesta quinta-feira (21) sua filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT), após deixar o PSD, sigla à qual estava vinculado há 10 anos. A filiação aconteceu na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), no Palácio do Planalto, em Brasília, a 14 meses das eleições de 2026. O evento contou com a presença da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e de lideranças do PT em Mato Grosso do Sul, como Vander Loubet, Camila Jara, Jean Ferreira, Landmark Rios, Zeca do PT e Gleice Jane.
Durante reunião com a cúpula nacional do partido, realizada nesta quarta-feira (20), Gleisi Hoffmann pediu a Fábio Trad que não descartasse completamente a possibilidade de disputar o governo de Mato Grosso do Sul no próximo ano. “Ela pediu para não descartar terminantemente uma possibilidade lá na frente, porque todo dia acontecem coisas que podem mudar o quadro”, afirmou Trad.
Apesar disso, Fábio reiterou a disposição de ser candidato a deputado federal, considerando ser mais útil ao mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou que entre outubro e dezembro decidirá se concorrerá ao Governo ou à Câmara. “Ninguém vai dizer não terminantemente, como ninguém será obrigado a ser aquilo que não quer”, acrescentou.
O principal tema da reunião foi a construção de uma frente ampla em apoio à reeleição de Lula, que envolverá também uma composição com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB). Trad ressaltou que, embora Mato Grosso do Sul tenha um eleitorado menor que outros estados, será fundamental formar alianças para um “enfrentamento minimamente competitivo com a direita e extrema-direita”.
A filiação de Fábio Trad ao PT marca uma guinada mais à esquerda dentro de parte da família Trad, que historicamente esteve vinculada ao PSD. Advogado formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e com formação ligada ao movimento brizolista, Trad se aproximou mais da esquerda após a pandemia de Covid-19 e posicionou-se como opositor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em 2022, Trad não conseguiu se reeleger pelo PSD, mesmo partido de seu irmão Marquinhos Trad, que também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado. Em 2023, passou a ocupar um cargo na Embratur, agência vinculada ao Governo Federal. Por sua vez, Marquinhos Trad se elegeu vereador pelo PDT em 2024, enquanto o senador Nelsinho Trad permanece na direita, tentando compor a aliança para a reeleição de Eduardo Riedel (PP) e concorrer ao Senado.
A expectativa é que Fábio Trad defina sua candidatura definitiva entre outubro e dezembro, mantendo aberta a possibilidade de disputar o governo estadual em 2026.
