Para a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), o anúncio feito pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), no último sábado (30), de que Mato Grosso do Sul será área livre de febre aftosa sem vacinação a partir de 2023, representa importante conquista do setor e um grande salto para a economia do estado.
A instituição, que integra a equipe executiva do Comitê Gestor do Plano Estratégico do PNEFA (Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa), vem atuando intensamente para desenvolver as ações para projetar o estado a esta nova condição sanitária. Conforme o planejamento estratégico, a última vacinação do rebanho bovino e bubalino deve acontecer em novembro de 2022.
“Estamos à frente de importantes agendas de formalização e compartilhamento de informações com produtores rurais, desenvolvendo projetos e iniciativas para o alcance desta nova condição sanitária. Representa a abertura de importantes e exigentes mercados mundiais, impulsionando a economia de nosso estado”, destacou Marcelo Bertoni, presidente do Sistema Famasul.
“Faz parte dessa conquista o empenho, dedicação e responsabilidade dos produtores rurais com a sanidade de seus rebanhos, além da parceria entre as instituições públicas e privadas e do trabalho do serviço veterinário oficial do Brasil. O sucesso desse planejamento e o status de área livre de febre aftosa sem vacinação reflete um movimento dinâmico e contínuo. Passaremos da vigilância passiva para a vigilância ativa”, ressalta.
Nesse sentido, o Sistema Famasul, por meio do Senar/MS, desenvolve o Programa de Sanidade Animal, contemplando cooperação técnica junto ao Governo de MS, por meio da Semagro e da Iagro, e ainda com a parceria da Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária de MS e CRMV/MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária).
Suspensão da vacina
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) irá suspender a vacinação contra a febre aftosa em seis estados e no Distrito Federal. A medida ocorrerá após a última etapa de vacinação a ser realizada em novembro deste ano. As unidades da Federação integram o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA). São elas: Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Distrito Federal.
Ao todo, aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do país. O anúncio foi feito pelo ministro Marcos Montes e o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal, durante a abertura da 87ª edição da ExpoZebu, em Uberaba (MG).
“É um conquista de todos nós, do Ministério, dos estados e dos produtores rurais. A certeza de que essa união vai fazer cada vez mais a nossa sanidade ser respeitada no mundo, como já é”, disse o ministro. Antes do anúncio, o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro participaram da abertura da exposição, considerada a maior feira de gado zebu do mundo.
A suspensão faz parte do projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país, previstas no PE-PNEFA. Para realizar a transição de status sanitário, os estados e o Distrito Federal atenderam aos critérios definidos no Plano Estratégico, que está alinhado com as diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
“Esses estados vão terminar a vacinação em novembro, quando irão parar de vacinar, se preparando para mudar o status para livres de febre aftosa sem vacinação”, explicou o secretário José Guilherme Leal.
O PE-PNEFA está fundamentado na avaliação contínua de indicadores que são monitorados regularmente de forma conjunta pelas equipes gestoras do plano estratégico, que reúnem os setores público e privado, em âmbito estadual e nacional. A meta é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.
Para o reconhecimento como zonas livres de febre aftosa sem vacinação, a OIE exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses. Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.




















