A família do jovem executado com 10 tiros na tarde desta segunda-feira (25), em Campo Grande, decidiu doar os órgãos da vítima. Entretanto, segundo as informações do hospital, apenas uma das córneas poderá ser aproveitada devido a situação em que ficou o corpo dele diante da quantidade de balas que recebeu, especialmente na região da cabeça. Além disso, a família nega a informação de que o rapaz tenha sido denunciado por crime de estupro contra uma criança de quatro anos.
Em entrevista aos jornalistas que acompanharam o desfecho da perícia, a mãe da vítima contou que foi surpreendida na hora do almoço por dois homens armados que invadiram a casa pelo portão da garagem, já perguntando pelo jovem. A mulher disse que chegou a segurar na camisa de um dos atiradores e implorou para que não matassem o rapaz, no entanto, ela foi empurrada de lado pelos assassinos que seguiram até o quarto da vítima e dispararam cerca de 10 vezes.
A mãe do jovem confessou que o filho era usuário de drogas, mas garantiu que não era bandido. Entretanto, informações da polícia apontam que o rapaz tinha uma extensa ficha criminal, tendo sido preso por porte de armaa de fogo e furto. “Ele não era bandido, era usuário. Só que ele devia os caras”, relatou a mãe da vítima. A equipe da Santa Casa, responsável pelo trabalho de convencimento das famílias sobre doar órgãos, esteve na casa da família e conversou com a mulher, que então aceitou fazer a doação dos órgão, sendo possível apenas retirar uma das córneas.
O caso está sendo investigado pelo delegado Regis Daniel de Almeida Gonçalves, da 3ª DP (Delegacia de Polícia). Em entrevista para a imprensa, ainda no local do crime, ele afirmou que o jovem foi ferido em diversas partes do corpo, porém, não soube dizer a quantidade de perfurações. Segundo ele, foram usadas duas armas, sendo uma .40 e uma 9 mm. O delegado disse não saber sobre a motivação do crime, mas está ouvindo a família e os amigos mais próximos para tentar encontrar uma linha de investigação.
O assassinato
No ato, dois homens entraram na residência e o mataram com tiros direto na cabeça. O pai e a mãe estavam em casa e t eriam pedido aos atiradores para que não matassem o seu filho.
Após a morte, os homens fugiram em um veículo, modelo VW Gol preto, e também em uma motocicleta não identificada pelas testemunhas. O caso ainda está sendo investigado.
O jovem assassinado foi alvo de um boletim de ocorrêcia registrado no domingo (24) na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) pela prática de estupro contra uma menina de apenas quatro anos de idade.
O B.O. foi feito pela tia da menina, de 28 anos, mediante a reclamação da criança de dores nas partes íntimas. De acordo com o registrado, a tia questionou a sobrinha do por que de estar doendo, sendo que a criança respondeu que o seu padrasto (o jovem executado) teria colocado o dedo lá dentro.
O crime aconteceu no Jardim Colibri, sendo que a mãe da criança, ao ser informada sobre os fatos, não deu queixa contra o namorado. O jovem é usuário de drogas e já foi detido por porte de drogas e tráfico, além de ter uma extensa ficha criminal.