O vice-presidente da Fiems, Crosara Júnior, recebeu, na sexta-feira (03/09), o presidente do Paraguai, Santiago Peña, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande, para encontro com os empresários sul-mato-grossenses, com o objetivo de debater ações para estreitar as relações comerciais com o Estado e com o Brasil, como a Rota Bioceânica. O governador Eduardo Riedel também participou do evento.
Crosara Júnior lembrou que há 20 anos Mato Grosso do Sul e o Paraguai têm tomado decisões importantes no sentido de fazer com que a indústria prospere nos dois países. “São lugares que atuam como uma grande região. O Paraguai fez uma política de impostos, nós fizemos aqui, junto com o Governo do Estado, programas de atração de investimentos e isso deu resultados. Então, não estamos apenas discutindo o futuro, mas sim o presente. A Federação das Indústrias coloca-se à disposição, através do Sesi e do Senai, para fazer qualificação de mão de obra no Paraguai. Um modelo que deu certo no Brasil e que funciona muito bem para atender o empresário brasileiro e, agora, o paraguaio”.
Na ocasião, também foi assinado um protocolo de intenções entre a Fiems e o Governo Paraguaio para promover cooperação técnica por meio do Senai. Entre os pontos previstos está a realização de ações conjuntas de capacitação profissional, com previsão de formação de ao menos 5 mil paraguaios na primeira fase, em áreas consideradas prioritárias.
Segundo Peña, o Brasil é hoje o maior investidor estrangeiro no Paraguai. “As relações econômica, política, cultural e social são as melhores que o Paraguai tem no mundo. Eu acho que hoje o Paraguai está saindo de uma situação de isolamento que esteve por muito tempo. Era uma ilha rodeada de terra e hoje está se integrando ao mundo todo e, é lógico, com os irmãos que estão mais perto”.
O presidente destacou o diálogo fundamental com os governos estaduais brasileiros mais próximos, entre eles o Mato Grosso do Sul. “Poder falar com a Federação das Indústrias faz muito sentido, porque hoje o comércio é muito importante, mas temos a certeza que com a finalização da nova ponte sobre o Rio Paraguai, ligando Porto Murtinho e Carmelo Peralta, o movimento vai aumentar muito. O caminho para o Pacífico vai ser aberto e vai gerar muitas oportunidades. O Mato Grosso do Sul é para o Paraguai quase um país. Temos fronteira não somente com o alto Paraguai, temos a fronteira com Concepción, então temos muitos projetos e uma delegação de empresários, governadores, deputados, senadores que refletem a importância dessa relação”.
Para o governador Eduardo Riedel, a presença do presidente na Fiems é um gesto claro de aproximação e das possibilidades de potencializar os negócios entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai. “Já há uma excelente relação com o Brasil. Uma força muito grande. Isso não só demonstra o potencial que temos, mas nos apresenta também os desafios e as questões que são importantes de serem endereçadas por parte do Paraguai, por parte do Brasil para que tenhamos cada vez mais essa união. Com o crescimento da região, a Federação das Indústrias com capacidade de promover ajustes e ações necessárias para um fortalecimento conjunto”.
Na ocasião, o ministro Indústria e Comércio do Paraguai, Javier Gimenez Garcia de Zuñiga, apresentou os dados econômicos do Paraguai. “Tínhamos para esse ano previsão de crescimento de 4,5%. Vamos terminar em 5% pelo terceiro ano consecutivo”, destacou. Segundo ele, a Rota Bioceânica tem que ser trabalhada para ter mais simplificação de trâmites para realização de negócios.
Em 2024, o Paraguai foi o quinto país que mais vendeu ao Mato Grosso do Sul, com participação de 5,7%, ficando atrás apenas de Bolívia, China, Chile e Rússia. Nos últimos três anos, a receita de exportação do Paraguai para o mercado sul-mato-grossense aumentou 3%, saindo de US$ 155,5 milhões em 2022 para US$ 159,7 milhões em 2024. Comparando com 2023, houve aumento de 13% (2023 – US$ 141,4 milhões).
Nos últimos três anos, a receita de exportação do Brasil para o mercado paraguaio aumentou 7%, saindo de US$ 3,52 bilhões em 2022, para US$ 3,75 bilhões em 2024. Comparando com 2023, houve aumento de 2% (2023 – US$ 3,67 bilhões). Em 2024, o Paraguai foi o 22º país que mais comprou produtos brasileiros com participação de 1,1%;