A fila de espera por benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) voltou a crescer e atingiu 2,778 milhões de requerimentos em setembro, o maior número do ano. O total mais que dobrou em relação ao mesmo mês de 2024, quando 1,086 milhão de pessoas aguardavam a concessão de aposentadorias, pensões ou auxílios.
O recorde anterior havia sido registrado em março, com 2,707 milhões de pedidos pendentes. Na comparação com agosto, o aumento foi de 5,5%, o que representa um acréscimo de 151,3 mil solicitações. Os dados constam no Boletim Estatístico da Previdência Social, divulgado nesta quarta-feira (5).
Tempo médio e situação dos pedidos
O levantamento mostra que a maioria dos processos está em fase de análise do INSS ou perícia médica inicial. O tempo médio de concessão dos benefícios se manteve em 48 dias no período.
Ao todo, o instituto pagou 41,3 milhões de benefícios em setembro, somando R$ 73,4 bilhões em repasses.
A escalada da fila começou em dezembro de 2024, quando o número de pedidos ultrapassou pela primeira vez a marca de 2 milhões. Desde então, o governo tenta adotar medidas para reduzir o acúmulo.
Programa suspenso
Entre as ações estava o Programa de Gerenciamento de Benefícios, que previa mutirões e pagamento extra a servidores que trabalhassem fora do expediente — inclusive aos fins de semana — para acelerar as análises. O objetivo era cumprir o prazo de até 45 dias por requerimento, meta definida em acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU).
No entanto, o programa foi suspenso temporariamente em outubro por falta de recursos no orçamento do INSS, o que comprometeu o andamento da estratégia de redução da fila.
O governo federal ainda não anunciou uma nova previsão para a retomada do programa. Enquanto isso, milhões de brasileiros continuam à espera da concessão de aposentadorias, pensões e auxílios, em meio a um dos maiores gargalos da Previdência nos últimos anos.
