O diretório nacional do Partido Liberal (PL), presidido por Valdemar Costa Neto, anunciou o adiamento da filiação do ex-governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), ao partido. O evento, inicialmente marcado para 12 de setembro, coincidia com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que começou nesta terça-feira (2).
Segundo o comunicado oficial, assinado pelo presidente Valdemar Costa Neto e divulgado pelo presidente estadual do PL, Tenente Portela, a cerimônia foi remarcada para o dia 21 de setembro. Horário e local ainda não foram definidos.
O julgamento de Bolsonaro no STF envolve oito sessões, nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, e pode resultar na condenação do ex-presidente e mais sete aliados por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Entre os réus estão ex-ministros, ex-comandantes militares e assessores de Bolsonaro.
Para o ato de filiação de Azambuja, são esperadas cerca de 4 mil pessoas, incluindo o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o secretário-geral da sigla, senador Rogério Marinho (RN). Por conta da prisão domiciliar de Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pode representar o ex-presidente no evento. Também devem comparecer lideranças locais e estaduais, como o governador Eduardo Riedel (PP), senadores Nelsinho Trad (PSD), Tereza Cristina (PP) e Soraya Thronicke (Podemos), além de prefeitos, deputados estaduais e federais.
Azambuja, filiado ao PSDB desde 6 de dezembro de 1995, poderá contar com a adesão de ao menos 30 dos 44 prefeitos tucanos. Os vereadores do PSDB, contudo, não poderão migrar para o PL neste momento, já que a janela partidária só será aberta em 2028.
O julgamento no STF terá início com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, seguida da sustentação da acusação pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e das defesas dos réus. As sessões finais definirão se os acusados serão condenados ou absolvidos, com votos de cinco ministros da Primeira Turma: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Caso haja condenação, a execução das penas não será automática e dependerá do julgamento de recursos posteriores.