Nesta segunda-feira (9), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio Guaicurus inicia a terceira fase das investigações com as primeiras oitivas de funcionários ligados diretamente ao sistema de transporte coletivo de Campo Grande. A nova etapa busca esclarecer a atuação interna do consórcio, alvo de mais de 580 reclamações por parte dos usuários, que denunciam goteiras, superlotação e veículos com a frota vencida.
Serão ouvidos hoje o gestor do setor de bilheteria, Paulo Vitor Brito de Oliveira, e o gerente executivo do Consórcio, Robson Luiz Strengari. As oitivas estão marcadas para começar às 13h, horário que deverá ser mantido nos próximos depoimentos devido à previsão de sessões mais extensas. “Essa fase é para escutar o Consórcio, basicamente, funcionários, dirigentes”, explicou o presidente da CPI, vereador Lívio Leite (União).
Compõem ainda a comissão os vereadores Ana Portela (PL), como relatora, além de Luiza Ribeiro (PT), Coringa (MDB) e Maicon Nogueira (PP).
Calendário das oitivas
A sequência de oitivas já tem datas previstas, mas o cronograma pode sofrer alterações conforme a disponibilidade dos convocados:
- 9 de junho: Paulo Vitor Brito de Oliveira e Robson Luiz Strengari
- 11 de junho: Clevisson Gamarra de Arruda e Wesley Conrado Morelli (ex-funcionários)
- 16 de junho: João Resende (ex-diretor do Consórcio)
- 18 de junho: Themis Oliveira (diretor atual) e Paulo Constantino (sócio das empresas do consórcio)
Frota vencida e reajuste tarifário
Além das más condições estruturais dos veículos, a CPI também vai abordar temas financeiros, como o alegado desequilíbrio econômico das empresas operadoras. Mesmo com denúncias recorrentes de superlotação e falta de manutenção adequada, o Consórcio tem solicitado reajuste na tarifa do transporte coletivo. “Como que uma empresa opera ano após ano, alegando milhões de déficit? Essa fase é muito importante”, destacou o vereador Lívio.
Próximos passos
Na quarta fase da investigação, a CPI realizará uma audiência pública no auditório da Câmara Municipal, com a participação de usuários do transporte, ex-funcionários e representantes dos sindicatos da categoria. “Vamos escutar todos os relatos. A proposta é ouvir o que de fato está acontecendo na prática”, concluiu o presidente da Comissão.