O preço da gasolina comum pode cair até R$ 0,09 por litro nos postos de todo o país, após a Petrobras anunciar uma redução de 4,9% no valor do combustível vendido às distribuidoras. O novo preço, de R$ 2,71 por litro nas refinarias, começou a valer nesta terça-feira (21).
De acordo com estimativa da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a queda deve ser percebida principalmente nas regiões onde predomina o fornecimento de gasolina da estatal. O preço médio nacional na última semana foi de R$ 6,22, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o que pode fazer o litro cair para cerca de R$ 6,13.
“O combustível vendido nos postos é composto por 70% de gasolina fóssil e 30% de etanol anidro. Como a redução será de R$ 0,14 no preço da gasolina produzida pela Petrobras, o impacto direto deve ser de cerca de R$ 0,09 por litro para o consumidor final”, explicou Sergio Araújo, presidente da Abicom.
Em algumas regiões, como Norte e Nordeste, o repasse pode ser menor, já que grande parte do combustível vendido nesses mercados é de origem importada ou refinado por empresas privadas.
Segunda redução do ano
Esta é a segunda redução da gasolina anunciada pela Petrobras em 2025. O último ajuste havia sido feito há quase cinco meses. Com a nova queda, o preço acumulado do combustível nas refinarias recua R$ 0,31 por litro no ano, equivalente a uma redução de 10,3%.
O corte ocorre após cinco semanas em que o preço do combustível ficou acima da paridade internacional, chegando a uma diferença de até 10% na última semana. Já o diesel permanece sem alteração — o preço está congelado há quase seis meses.
Impacto na inflação
Analistas esperam reflexos positivos no índice de inflação. Segundo cálculos da Warren Investimentos, a redução pode gerar uma queda de 1,58% nos preços da gasolina no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de novembro, com impacto de até 0,11 ponto percentual no indicador geral.
Com isso, a projeção de inflação para 2025 foi revisada de 4,5% para 4,4%, permanecendo abaixo do teto da meta oficial.
Em setembro, a inflação oficial do país acelerou e registrou alta de 0,48%. No acumulado do ano, o IPCA subiu 3,64%, e nos últimos 12 meses chegou a 5,17%, ligeiramente acima dos 5,13% registrados no período anterior.
