O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, foi detido pela Polícia Federal nesta sexta-feira (13), no Recife, e prestou depoimento sobre suspeitas de intermediação na tentativa de obtenção de documento português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante o interrogatório, Machado negou qualquer envolvimento com o caso e afirmou que seu contato com o consulado de Portugal, na capital pernambucana, tinha como única finalidade tratar da documentação de seu pai, de 85 anos. “Não matei, não trafiquei drogas, não tive contato com traficante. Apenas pedi um passaporte para meu pai”, declarou ao chegar ao Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, onde realizou exame de corpo de delito.
Ainda segundo o ex-ministro, ele não compareceu pessoalmente a nenhuma representação diplomática. “É só pegar lá as ligações que fiz com o consulado. O áudio que mandei para funcionário dos consulados. Não estive presente em nenhum consulado, nenhuma embaixada. Nem de Portugal, nem em qualquer outro lugar. Nem no Brasil, nem fora do Brasil”, reforçou.
A prisão preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa de Gilson Machado afirmou que ainda não teve acesso aos autos do inquérito. “O mandado foi executado sem apresentação de justificativas. Vamos solicitar acesso ao processo para compreender o motivo da detenção”, disse o advogado Célio Avelino.
O caso envolve também Mauro Cid, que responde a processo no STF por suposta tentativa de ruptura institucional. A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão contra ele, que também foi ouvido na sede da corporação, em Brasília.
O espaço segue aberto para manifestações das partes citadas.