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terça-feira, 15 de julho, 2025
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Gleice retoma preocupação de violências contra profissionais de Saúde de MS

A deputada Gleice Jane, líder do PT na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), usou a tribuna para reforçar os pedidos de melhoria das condições de trabalho dos profissionais de Saúde que atuam em todo o estado. Ela ressaltou esforços conjuntos dos deputados em cobrar do poder público mais respostas a médicos e enfermeiros que enfrentam rotinas exaustivas, falta de insumos para trabalhar, além da violência diária.

“Segundo dados dos Conselhos Federal e Regional de Medicina, que trouxeram preocupações, no país 12 médicos são agredidos por dia, em média. No MS, quase 3 médicos por dia também são agredidos. Os dados se agravam quando vem para Enfermagem, que são os que estão no dia a dia em contato direto com os pacientes. Cerca de 70% dos enfermeiros participantes da pesquisa no país já sofreram algum tipo de agressão. Destes, 83% são mulheres. E 86% delas não vão à delegacia fazer boletim, ou seja, são dados subnotificados”, lamentou a deputada.

A parlamentar ressaltou que tal violência reflete no atendimento à sociedade. “Estamos conversando no intuito de apresentar propostas, para que soubessem as preocupações que a categoria está sofrendo. Eles têm dois ou três empregos. Abdicam da sua vida pessoal e sofrem violências. Tenho a preocupação como nós estamos atuando. Também recebemos denúncias de medo quanto às gestões. O medo não pode ser um problema no atendimento do serviço público, em qualquer setor, precisamos ter atendimento de qualidade à população”, disse Gleice.

Gleice retoma preocupação de violências contra profissionais de Saúde de MS
Lia Nogueira também demonstrou preocupação

No dia 25 de junho a ALEMS promoveu audiência pública com a Enfermagem, em que uma profissional leu uma carta resumindo os desafios enfrentados. O documento foi apresentado por Gleice Jane aos parlamentares, em tom de preocupação. “Ela disse que já sofreu dois episódios de violência física, que a marcaram imensamente. Quantas vezes, exaustos e responsáveis para não deixar os plantões, não foram à delegacia? Registrar é dar visibilidade ao problema. É responsabilizar o agressor. É criar dados que sustentem mudanças institucionais. É proteger outros profissionais que, amanhã, podem estar na mesma situação”, relatou Gleice nas palavras da enfermeira – leia a carta na íntegra aqui.

Lia Nogueira (PSDB) parabenizou a iniciativa de ressaltar o tema. “Eles enfrentam onda de violência e hostilização, em que políticos usam espetáculo midiático para incitar o ódio contra médicos e enfermeiros. Vimos em Douradina, o médico assassinado no posto de Saúde. Na capital também não é diferente. Cenário crítico e preocupante. Quando o poder público deixa de oferecer um atendimento com qualidade, onde falta insumo, faltam profissionais, agilidade, a população terceiriza essa culpa. Na ponta desses profissionais temos, principalmente, mulheres. Hoje na Enfermagem temos mães provedoras dos lares, que saem e não sabem se vão voltar. Salvam todos os dias as vidas e são expostas de forma deplorável. Me somo à preocupação”, disse a deputada que eé autora da Lei Estadual 6.401 de 2025, que prevê a Semana de Ações e Combate de Violência Contra Profissionais de Saúde.

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