O governo federal apresenta nesta quarta-feira (13) um pacote emergencial para apoiar empresas brasileiras impactadas pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a diversos produtos nacionais. Às 11h30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina uma medida provisória (MP) que libera R$ 30 bilhões em crédito para os setores mais atingidos.
Além do aporte financeiro, o plano prevê a compra de alimentos perecíveis para abastecer a merenda escolar e órgãos públicos, evitando desperdício e apoiando produtores que dependiam do mercado norte-americano. O Ceará, por exemplo, exporta grande parte de sua produção de peixes e crustáceos para os EUA e deverá ser contemplado com medidas para manter o escoamento.
Outras ações estudadas incluem subsídios para produtores de alimentos perecíveis, devolução de créditos tributários e flexibilização para concessão de férias coletivas, a fim de preservar empregos. Setores como o madeireiro já recorrem a essa alternativa antes mesmo da entrada em vigor da tarifa, na última quarta-feira (6).
Em entrevista à rádio Band News, Lula afirmou que o foco será principalmente nas pequenas empresas — como as que exportam tilápia, frutas, mel e máquinas —, pois as grandes têm maior capacidade de resistência. “Vamos garantir a sobrevivência das empresas brasileiras, cuidar dos trabalhadores e buscar novos mercados para os nossos produtos”, disse o presidente, reforçando que haverá prioridade para compras governamentais de itens fabricados no país.
A tarifa norte-americana atinge 35,9% das exportações brasileiras aos EUA, segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin. Produtos como café, carne bovina, frutas, máquinas agrícolas e industriais, móveis, têxteis e calçados estão entre os mais afetados. Alguns itens ficaram isentos, como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos, fertilizantes e insumos energéticos.
A Casa Branca justificou a medida alegando que o Brasil representa “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional e à economia dos EUA, argumento contestado por autoridades brasileiras. Especialistas alertam que o impacto poderá refletir no PIB nacional, aumentando a pressão sobre setores já fragilizados pela concorrência internacional.