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quarta-feira, 19 de novembro, 2025
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Governo aposta em debate técnico do projeto antifacção no Senado

Com Alessandro Vieira na relatoria, Planalto busca rever pontos polêmicos aprovados pela Câmara

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que o debate sobre o projeto antifacção no Senado Federal tende a ser menos politizado e mais técnico do que na Câmara dos Deputados, onde o texto foi aprovado nesta terça-feira (18). A expectativa é de que a nova etapa permita reavaliar pontos considerados problemáticos pelo governo.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou que o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) será o relator da proposta. Vieira também é relator da CPI do Crime Organizado na Casa e é visto como um parlamentar moderado, de perfil técnico e com atuação consistente na área de segurança pública — fatores que reforçam o otimismo do governo.

Possíveis ajustes no texto

Segundo articuladores do Palácio do Planalto, a boa relação com o relator pode abrir espaço para rever trechos aprovados na Câmara que causaram preocupação, como:

  • impactos negativos sobre fundos de segurança pública;
  • possíveis sobreposições legislativas;
  • dispositivos considerados demasiadamente amplos quanto à definição de alvos.

A estratégia governista no Senado é ampliar o diálogo, reduzir o clima de tensão e, com isso, ganhar tempo para “esfriar” o debate. Eventuais alterações farão com que o projeto retorne para a Câmara, mas a expectativa é de que, até lá, o ambiente político esteja menos hostil ao Executivo.

Câmara aprovou texto em clima acirrado

Na Câmara, o projeto foi relatado por Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança Pública de São Paulo e aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado como potencial adversário de Lula nas eleições presidenciais de 2026.

Após a aprovação, Derrite fez críticas ao governo federal e exaltou a gestão paulista, embora tenha negado motivação política na condução do parecer. O episódio reforçou a avaliação do Planalto de que o debate na Câmara esteve marcado por forte embate político.

Com o texto agora nas mãos do Senado, o governo aposta em uma discussão mais técnica para tentar ajustar pontos sensíveis da proposta antifacção antes da etapa final de votação.

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