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quinta-feira, 13 de novembro, 2025
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Governo estima economia de R$ 8 bilhões por ano com novas regras para vale-refeição

Decreto de Lula redefine tarifas e prazos no setor, promete sistema mais competitivo e repasse integral dos valores ao trabalhador

O governo federal anunciou, nesta quarta-feira (13), que as novas regras para o vale-refeição e vale-alimentação devem gerar economia de até R$ 8 bilhões por ano. A estimativa, apresentada pela Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, aponta um ganho médio de cerca de R$ 225 por trabalhador.

As mudanças foram oficializadas em decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e atualizam o funcionamento dos arranjos de pagamento dos benefícios dentro do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e do auxílio-alimentação. Segundo o governo, o novo modelo busca tornar o sistema mais eficiente, competitivo e transparente, além de coibir práticas abusivas das operadoras e assegurar que o valor do benefício chegue integralmente ao trabalhador.

As novas regras devem atingir 22 milhões de trabalhadores e 320 mil empresas cadastradas no PAT.

O que muda com o decreto

Entre os principais pontos, o decreto estabelece:

  • Teto de 3,6% para as tarifas cobradas de restaurantes e comércios;
  • Prazo máximo de 15 dias para o repasse dos valores pelas empresas credenciadoras;
  • Proibição de deságio e bonificações às empresas contratantes;
  • Abertura dos arranjos de pagamento para permitir a entrada de novas operadoras;
  • Interoperabilidade entre bandeiras, o que permitirá que qualquer cartão funcione em qualquer maquininha em até 360 dias.

O governo argumenta que essas medidas reduzem custos de intermediação, o que deve permitir preços mais baixos nos estabelecimentos e maior concorrência entre as operadoras.

Impacto direto no mercado

O impacto financeiro de R$ 8 bilhões em economia anual vem de quatro medidas principais:

  • Teto do MDR (3,6%) – economia de R$ 2,9 bilhões/ano;
  • Redução do prazo de repasse (15 dias) – R$ 0,7 bilhão/ano;
  • Abertura dos arranjos de pagamento – R$ 1,6 bilhão/ano;
  • Aplicação das regras ao auxílio-alimentação – R$ 2,7 bilhões/ano.

De acordo com o Ministério da Fazenda, o conjunto das mudanças cria um sistema mais justo e moderno, beneficiando tanto trabalhadores quanto empresas e estabelecimentos.

Foco social e fiscalização

O governo reforça que o valor do benefício não será alterado e continua exclusivo para alimentação. O uso para outros fins, como academias ou farmácias, permanece proibido. As empresas que oferecem o vale não terão aumento de custos, mas deverão adequar-se aos novos prazos e regras.

A fiscalização caberá ao Ministério do Trabalho e Emprego, responsável pelo credenciamento e acompanhamento das empresas do setor.

Em nota, a Secretaria de Reformas Econômicas destacou que o decreto “é mais um passo para consolidar um sistema de pagamentos eficiente, competitivo e transparente, proporcionando instrumentos seguros e acessíveis para as necessidades de consumo e bem-estar dos cidadãos”.

Com a medida, o governo busca fortalecer o foco nutricional e social do PAT, garantindo que os recursos destinados à alimentação dos trabalhadores sejam usados integralmente para esse fim.

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