29/01/2017 14h14
Grana sobrando para aplicar? Tire o dinheiro da poupança e invista com rendimento melhor
Especialistas indicam as melhores opções
Aproveitou o final do ano para quitar as dívidas e está com uma grana sobrando? Vendeu um bem, como uma moto por exemplo, e acumulou um valor maior do que o esperado? Para começar 2017 com o pé direito, o R7 conversou com especialistas para analisar qual a melhor forma de engordar suas economias com investimentos mais rentáveis.
A reportagem considerou três perfis de consumidores. O primeiro deles possui R$ 200 para guardar e aplicar todo mês. O segundo já acumulou um montante de R$ 5.000 e deseja investir. Já o último, é o caso daquele brasileiro que já conseguiu juntar R$ 10 mil (entenda no quadro abaixo).
A economista Carolina Ruhman Sandler explica que, antes de começar a investir, é importante entender as regras e os custos de cada um dos títulos. Além disso, pensar a longo prazo é o que faz com que a aplicação se torne mais rentável.
— O investidor não pode considerar só a remuneração bruta mensal. A diferença de um investimento para outro a longo prazo é muito grande.
A especialista aconselha que os investidores deixem o medo de lado e comecem a pensar em formas de investimento que renderão mais. Carolina explica que deixar o dinheiro na poupança por receio de perder dinheiro não é a decisão mais recomendada, já que este tipo de investimento acaba perdendo para inflação em alguns momentos. Ou seja, você deixa de ganhar e ainda pode ter prejuízo.
— Entre a poupança e o mercado de ações, existem muitas opções boas. Há investimentos com nível conservador de risco e que são melhores do que a poupança.
O sócio-diretor da Easynvest Marcio Cardoso reitera que os investidores não precisam ter medo de colocar o dinheiro em títulos diferentes da poupança.
— Títulos privados são protegidos quando o investidor possui até R$ 250 mil por título ou por CPF. Caso a empresa em que você investiu o dinheiro vá a falência, o Fundo Garantidor de Crédito assume a dívida com a empresa e reembolsa o dinheiro na íntegra para o investidor.
Onde investir R$ 200 por mês?
Se em todos os meses sobram R$ 200 do salário, Carolina considera que os títulos do Tesouro Direto são opções interessantes.
— Considerando o investimento no Tesouro IPCA+ com rendimento de 0,92% ao mês, você consegue juntar R$ 5.343 em dois anos e R$ 15.920 em cinco.
Cardoso explica que há dois títulos do Tesouro Direto interessantes para investir R$ 200 por mês. O primeiro é atrelado à taxa Selic, ou seja, o dinheiro está “flutuando” conforme o comportamento da taxa básica de juros. O segundo deles é ligado à inflação (IPCA).
O chefe da equipe de análise do Toro Radar, Rafael Panonko, afirma que o IPCA pode ser mais interessante para o momento econômico que o País vive.
— No atual momento, estamos recomendando maior exposição a títulos prefixados, devido ao movimento de queda na taxa de juros.
Invista aqueles R$ 5.000 que estão guardados
Cinco mil reais já é uma grana considerável para buscar formas de investimento mais ousadas. Por isso, Panonko considera duas opções: pessoas conservadoras podem investir em uma opção de renda fixa, como os títulos do Tesouro Direto, enquanto aqueles mais dispostos a riscos podem optar por investimento de renda variável, ou seja, operações na Bolsa de Valores, em ações e Mercado Futuro — mais arriscadas.
— Essas modalidades são mais indicadas para investidores com perfil mais arrojado, que aceita correr mais riscos.
Cardoso, no entanto, deu sugestões mais conservadoras, para que o investidor se sinta seguro sobre o investimento que está realizando. Para ele, a decisão sensata é dividir os recursos em dois tipos de investimento.
O especialista colocaria 40% do valor (R$ 2.000) no título ligado à Selic, porque o consumidor tem a liberdade de recuperar parte do dinheiro sem estar exposto a flutuação da taxa de juros. Os R$ 3.000 restantes seriam investidos em um título atrelado à inflação, como o IPCA.
— Fazendo essa composição da carteira, o investidor está líquido o suficiente para, se precisar de dinheiro, mas também aplicou em outro título que pode ser beneficiado pela taxa da inflação.
Carolina explica que, ao optar por um CDB a 100% do CDI, você terá em dois anos R$ 6.348 e, em cinco anos, R$ 9.083. A especialista complementa que os valores são baixos, porque nessa hipótese o investidor não realizaria aportes mensais.
É importante que o investidor entenda sobre a liquidez do CDB antes de comprar o título, para não ter problemas se precisar tirar o dinheiro antes do prazo acordado.
— Sem poupar com consistência, é difícil de pensar em juntar um bom valor. No entanto, caso esta pessoa deseje fazer aportes mensais de R$ 100, além dos R$ 5.000, consegue juntar R$ 9.046 em dois anos e R$ 17.250 em cinco anos. Se forem R$ 200 mensais, junta R$ 11.743 em dois anos e R$ 25.417 em cinco anos.
Como investir R$ 10 mil
Segundo Panonko, quanto maior o valor que o investidor possuir para aplicar em títulos, maiores são as possibilidades de diversificação. Além de todas as formas mencionadas acima, há uma nova mais indicada para esse perfil de investidor.
— O investidor pode optar por fazer uma carteira de longo prazo em ações ou em renda fixa, neste caso buscando não só os títulos públicos do Tesouro Direto, bem como CDB e LCI, entre outros títulos privados.
Carolina afirma que aplicando R$ 10 mil em um título Tesouro Selic com rendimento de 1,2% ao mês, o investidor consegue juntar R$ 13.314 em dois anos e R$ 20.456 em cinco. Se, além de aplicar o montante total, a pessoal realizar aportes mensais de R$ 200, o valor acumulado dá um salto considerável: R$ 18.839 em dois anos e R$ 37.883 em cinco.
— Também podemos pensar na LCI. Vai ter um rendimento muito parecido com o CDB, mas tem uma liquidez baixa, ai não é recomendável deixar todo o dinheiro em uma LCI só.
Por ter uma grana alta para investir, Cardoso afirma que uma boa opção para um investidor que tenha mais aceitação ao risco é aplicar parte do dinheiro em títulos públicos (Tesouro Direto) ou privados (CDB/LCI/LCA) e a outra parte em um COE (Certificado de Operações Estruturadas).
— É importante pensar em deixar uma parte do dinheiro em um título que não fique exposto a taxas de juros.
O restante do dinheiro pode ser colocado no COE, um produto em que o capital é protegido contra perdas. Considerando que o investidor opte por um índice da Bolsa de Valores, o especialista explica que a pessoa pode participar da valorização da bolsa até determinado momento, para evitar perdas.
— Se a bolsa subir 15% no ano, o investidor pode chegar até a taxa de 14,99% e ganhar esse valor isso mais a taxa de juros pactuada no produto. Caso a bolsa valorize, vai ganhar até o máximo acordado. Se a bolsa cai 50%, você recebe 100% do dinheiro que aplicou.
R7












