O famoso DJ Alok, brasileiro internacional, nem precisa de ‘apresentações’ e o mesmo vai colocar ao mundo, o talento e a arte indígena de Mato Grosso do Sul. O grupo Brô MCs, de jovens do rap formado por indígenas, que já até ‘apareceram’ a parte do Brasil, agora com certeza irão ‘se mostrar’ a todo o Pais e bem como, fora dele, pelo Mundo, por onde anda os shows e talento de Alok. O quarteto de MS, com Bruno Veron, Clemerson Batista, Kelvin Peixoto e Charlie Peixoto, está em Belo Horizonte (MG), gravando uma das músicas do próximo álbum do DJ, a convite do próprio Alok, e com participação em video documentário. Veja abaixo, já imagens do trabalho com o artista nacional.
O grupo de Dourados Brô MC’s, que compõe em guarani, anunciou a novidade e super oportunidade, em suas redes sociais no fim de semana e ampliaram nesta segunda-feira (12), com mostras do trabalho na capital mineira e pelo agradecimento ao DJ e ao úlbico fã. “Segundou aqui do jeito que a gente ama, imersão musical com o Alok. Valeu irmão pelo convite. Obrigado a todos que estão chegando e somando no nosso perfil, tem muitas novidades vindo por aí”, anunciou o grupo.
A produtora do grupo, Fabiana Fernandes, explicou um pouco a caminhada dos jovens indígenas. “Eles chegaram à capital mineira na quinta-feira (8) e seguem com os trabalhos até a próxima quarta-feira (14). Além da música, o grupo fará parte de uma minissérie documental, também produzida pelo DJ. O novo trabalho busca investigar as raízes sonoras dos povos originários do país”, revelou.
Fabiana ressalta que o 1° contato entre Alok e os cantores de rap de Dourados ocorreu após contato da produtora do DJ, que a convite, além deles, músicos de outras etnias indígenas do país farão parte do novo álbum de Alok, considerado o primeiro disco do DJ. Mas, ainda não há informações sobre a data de lançamento.
O grupo Brô MCs – une o melhor de duas culturas
Formado por jovens indígenas das etnias Guarani e Kaiowa, o Brô MC’s é o primeiro grupo de rap indígena do Brasil. Sua gênese emerge no seio dos conflitos por terras que outrora eram indígenas. Com letras marcantes, o Brô extrapola fronteiras físicas e imateriais construindo pontes por meio do rap e das culturas indígena e do hip hop.
Bruno Veron, Clemerson Batista, Kelvin Peixoto e Charlie Peixoto formam o primeiro grupo de rap indígena do Brasil, criado em 2008. Desde então, eles despertam interesses e não decepcionam, na musica e na luta pelo seu povo. Nos últimos anos, eles também ganharam projeção nacional por denunciarem em guarani a violência contra os povos indígenas de Mato Grosso do Sul.
E esse é o caso do grupo indígena Brô MC’s, que mistura as características do rap norte-americano com as letras que são todas cantadas em guarani e que falam, dentre outros assuntos, sobre os problemas que os Guarani Kaiowá enfrentam. Assim. o grupo conta que escolheu o rap pelo fato do estilo servir como uma ferramenta que pode ser utilizada contra o preconceito e o racismo. Não é novidade para ninguém que muitas tribos indígenas, se não todas, ainda são alvo de preconceito de uma grande parcela da humanidade, o que torna a situação preocupante e ações como esta, fundamentais.
Com tudo, isto e se em um primeiro momento, que podemos pensar que tal combinação não funcionaria, mas basta expandirmos um pouco mais nossa visão para perceber que a jogada é mais inteligente do que podemos pensar, fora o fato de ser extremamente necessária.
Video de um dos primeiros trabalhos do grupo
