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terça-feira, 13 de maio, 2025
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Hoje é dia de Nossa Senhora de Fátima, padroeira dos portuários e imigrantes

A Mãe de Jesus, em cada lugar onde aparece, recebe um título específico, e por trás de cada aparição há sempre um significado especial. Ela apareceu em Fátima aos pastorinhos e recebeu o título de Nossa Senhora de Fátima. Em Aparecida, apareceu nas águas e foi intitulada Nossa Senhora da Conceição Aparecida. O mesmo ocorre em Lourdes, Guadalupe e outros lugares. O importante é sabermos que sempre se trata da mesma Mãe de Jesus.

Em todas as aparições, Nossa Senhora traz um sinal e socorre os mais humildes, conforme fez nas Bodas de Caná: Ela é a intercessora.

Em Fátima, de forma especial, aparece aos pastorinhos e lhes revela que é preciso rezar pela Humanidade, pois esta vivia grande aflição e angústia por causa da guerra. Ela surge como intercessora, falando em nome de Deus, para que a Humanidade abandone as armas e o ódio, voltando-se para Deus e espalhando o amor ao próximo.

É comum, no dia dedicado a Nossa Senhora de Fátima, realizar-se a procissão luminosa. Que essa luz nos remeta à luz de Cristo, que ilumina as trevas, e que, por intercessão de Nossa Senhora, possamos chegar à verdadeira luz. Que a luz que Nossa Senhora de Fátima traz com sua aparição ilumine o mundo inteiro, e que todos os povos possam se unir na edificação da paz, pensando menos em guerras e conflitos e mais no amor ao próximo.

Meus irmãos, como dissemos, Nossa Senhora de Fátima é padroeira de Portugal, mas é muito celebrada aqui no Brasil, especialmente por causa da colônia portuguesa. Sua devoção cresce cada vez mais entre nós, e há muitas paróquias dedicadas a ela em nosso país. Que Nossa Senhora de Fátima nos cubra com seu manto sagrado e nos ajude a cumprir a vontade de Deus.

Nossa Senhora sempre traz consigo a boa nova, ou seja, a boa notícia. Espalhemos essa boa nova que Nossa Senhora nos traz e que provém da Palavra de Deus. Em Fátima, ela visita os pastorinhos e, ao visitá-los, visita a Humanidade inteira, assim como, quando visitou sua prima Santa Isabel, anunciava a boa nova da Palavra de Deus. Que, a exemplo de Nossa Senhora, possamos visitar parentes, amigos e vizinhos, espalhando a boa nova do Evangelho.

Irmãos e irmãs, neste dia dedicado a Nossa Senhora de Fátima, rezemos por todas as mulheres que se chamam Fátima, para que, a exemplo da Virgem Maria, espalhem a semente do Evangelho entre seus familiares e amigos. Rezemos pela paz mundial, pela conversão dos pecadores e pela Igreja — pedidos que Nossa Senhora fez aos pastorinhos nas aparições. A preocupação de Nossa Senhora naquela época é a mesma de hoje, pois a Humanidade ainda não compreendeu o caminho da paz.

Nossa Senhora disse às crianças pastorinhas: “Não tenham medo”, semelhante ao que Jesus dizia aos discípulos. As crianças eram: Lúcia dos Santos, de 10 anos, e seus primos Francisco e Jacinta, de 9 e 7 anos. Numa manhã de domingo, haviam acabado de retornar da Santa Missa na paróquia de Fátima e levaram as ovelhas para pastar no declive da Cova da Iria. Ao ouvirem o toque do sino para o Ângelus, rezaram o terço, como de costume. Logo depois, enquanto brincavam, viram um clarão no céu. Pensando ser um raio e que viria chuva, esconderam o rebanho.

Em seguida, outro clarão apareceu sobre uma árvore — um carvalho — e viram uma Senhora vestida de branco, radiante de luz, que lhes pediu que voltassem àquele local por seis meses consecutivos, no dia 13, à mesma hora, para que Ela explicasse melhor quem era e o que desejava.

Nossa Senhora usava um vestido branco com bordados dourados, um cordão de ouro na cintura, um manto alvo e um terço de grãos brancos nas mãos. Enquanto Lúcia conversava com Ela, Jacinta ouvia, mas Francisco não escutava nada. Maria então perguntou às crianças se queriam oferecer-se inteiramente a Deus, suportando todos os sofrimentos que Ele lhes enviasse como ato de reparação pelos pecados que O ofendem e como súplica pela conversão dos pecadores. Lúcia respondeu que estavam dispostas a tudo, e Nossa Senhora avisou que ainda sofreriam muito, mas que a graça de Deus seria o seu consolo.

Nossa Senhora trazia uma preocupação profunda. Por isso, os pastorinhos a descrevem com rosto sereno, mas grave, com uma sombra de tristeza. A Humanidade estava com o coração distante de Deus e pensava apenas em guerra. Estávamos no auge da Primeira Guerra Mundial. Nossa Senhora pediu que rezassem pela paz mundial e pelo fim da guerra. A oração recomendada era o santo terço. Sua mensagem era de conversão e arrependimento. Disse que só por meio da oração se alcançaria a paz e que não tivessem medo, pois Ela vinha do céu.

Lúcia pediu aos primos que não contassem nada a ninguém, pois ninguém acreditaria. Contudo, Jacinta, temendo ser repreendida por voltar com as ovelhas antes da hora, contou tudo à mãe, que naturalmente não acreditou. Os três foram advertidos e repreendidos. Isso é comum nas aparições de Nossa Senhora — a incredulidade inicial é parte do processo até a confirmação dos fatos.

Na aparição de 13 de junho, uma pequena multidão já acompanhava os pastorinhos. A Virgem pediu que Lúcia rezasse muito e aprendesse a ler e escrever, para poder transmitir as mensagens. Na terceira aparição, cerca de duas mil pessoas se reuniram e deixaram ofertas em dinheiro na Cova da Iria. Nossa Senhora reiterou o pedido para que retornassem lá no dia 13 de cada mês e exortou-os a rezar pela Humanidade.

Infelizmente, Lúcia, Francisco e Jacinta sofreram zombarias dos incrédulos, e até o pároco duvidou da veracidade dos relatos. O prefeito de Vila Nova de Ourém, à qual Fátima pertencia, tentou dissuadi-los. Como já mencionado, isso é comum nas aparições marianas.

No dia 13 de agosto, os pastorinhos não puderam ir à Cova da Iria, mas Nossa Senhora apareceu no dia 19 de agosto, em Valinhos, perto de Aljustrel, enquanto apascentavam o rebanho. Lúcia perguntou o que deveria fazer com o dinheiro deixado pelos fiéis, e Maria respondeu que construíssem uma capela naquele local, dedicada a Ela.

A aparição se repetiu em 13 de setembro, ocasião em que Nossa Senhora prometeu realizar um prodígio para que todos acreditassem que era de fato Ela quem aparecia.

Finalmente, em 13 de outubro de 1917, num dia frio e chuvoso, cerca de 70 mil pessoas, entre elas jornalistas e fotógrafos, estavam presentes. Nesse dia, mesmo com a chuva, a Virgem revelou a Lúcia: “Eu sou Nossa Senhora do Rosário.” Por isso, é também conhecida como Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

Depois dessa aparição, realizou-se o milagre prometido: a “dança do sol”. O astro assumiu várias cores, girou sobre si mesmo e pareceu aproximar-se da terra. Quando o fenômeno cessou, as roupas das pessoas, antes encharcadas, estavam milagrosamente secas.

Treze anos depois, em 13 de outubro de 1930, a Igreja declarou as aparições “dignas de fé” e autorizou o culto a Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

Francisco faleceu em 4 de abril de 1919, e Jacinta em 20 de fevereiro de 1920. Lúcia ingressou na Comunidade das Irmãs de Santa Doroteia, em 17 de junho de 1921. Mais tarde, entrou no Carmelo de Coimbra, onde faleceu aos 97 anos, em 13 de fevereiro de 2005. Francisco e Jacinta foram beatificados, em 13 de maio de 2000, por São João Paulo II e canonizados, em 13 de maio de 2017, pelo Papa Francisco.

Irmãos e irmãs, Fátima nos ensina o caminho da oração e do amor ao próximo. Que Nossa Senhora de Fátima abençoe o nosso país e o mundo, livrando-nos da guerra e da violência. Que a Virgem interceda pela Igreja e que o Espírito Santo renove o coração de cada fiel e suscite o novo Sumo Pontífice.

Passaram-se 108 anos, mas a mensagem de Fátima permanece atual. Que todos os pecadores se convertam e busquem amar a Deus e ao próximo. Amém.

*Por Vatican News

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