A polícia alterou o tipo de crime que vitimou Letícia Ferreira Araújo, de 25 anos, ocorrido em Cassilândia, no mês de agosto deste ano. Então classificado como feminicídio, o caso agora passou a ser classificado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, ou seja, sem que o autor, esposo dela, tivesse a intensão de matar.
Na época em que foi preso, ele declarou que tinha atingido a jovem com o seu carro de forma acidental, apesar disso, foi apontado pelas autoridades como feminicida. Esse tipo de crime ocorre por razões da condição de sexo feminino, quando envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Pesou contra ele o fato de uma denúncia de conhecidos da vítima que tinham tido uma discussão momentos antes do carro dirigido por ele, VW Gol, atropelá-la e bater contra o muro da casa. Letícia não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local, antes do socorro chegar. A perícia disse que não encontrou sinais de frenagem.
O autor detalhou, ao ser preso, que a jovem estava do lado de fora do carro e segurou o volante para impedir que manobrasse, com isso, perdeu o controle da direção e a atropelou, pressionando o corpo dela contra o muro. Após ser preso, no dia 1º de setembro conseguiu a liberdade provisória pela falta de provas
Com isso, ele passou a responder agora pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor (artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro), que ocorre quando o condutor causa a morte de alguém sem intenção, mas por imprudência, negligência ou imperícia. A pena varia de 1 a 3 anos de detenção.
O caso
O boletim de ocorrência detalha que a vítima foi atropelada por um veículo dirigido pelo autor, após uma discussão. Ainda conforme a descrição, a mulher ligou para a Polícia Militar por volta as 22 horas do dia 09 de agosto pedindo ajuda, após ter sido agredida pelo companheiro. Entretanto, ela foi interrompida enquanto falava no 190.
Em seguida, outras ligações apontaram que um homem tinha atropelado a esposa no mesmo local. Quando a equipe da PM chegou, encontrou a mulher já sem vida, ao lado do automóvel, que atingiu o muro de uma casa.
Com base no depoimento das testemunhas, os policiais foram até a casa da mãe do autor, onde fizeram a abordagem e o prenderam em flagrante. No primeiro momento, ele negou ter tido a intensão de matar a vítima.
Um vizinho apontou para o oposto, atestando que houve uma discussão entre o casal e, depois, o homem jogou o carro sobre a mulher e a matou atropelada, fugindo em seguida. A cena aconteceu na frente do filho deles, de apenas seis anos. Também em depoimento, a mãe do autor confirmou que o casal tinha discussões frequentemente.











