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domingo, 8 de junho, 2025
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Homem que matou mulher queimada no Pantanal de MS disse que a vítima “falava mal dele pelas costas”

O feminicida de 54 anos que matou uma mulher, de 59, no pantanal de Corumbá, declarou em seu depoimento ao delegado Jean Castro, da 1ª Delegacia de Polícia Civil daquele município e responsável pela investigação, que cometeu o crime porque a vítima estaria falando mal dele pelas costas.

“O autor, ao ser ouvido, alegou que existia conflito, que a vítima falava mal dele e que tudo foi repentino”, disse Jean Castro, em entrevista ao site local Diário Corumbaense. Na atualização dos fatos, foi dito que ambos trabalhavam na mesma fazenda, localizada no distrito de Nhecolândia, se conheciam há algum tempo, mas tinham desavenças.

A motivação para o crime está no fato de a vítima recusar namorar o autor. A investigação ouviu amigos da mulher, bem como teve acesso aos áudios do celular dela, indicando que houve uma proposta de romance do homem e ela não aceitou. O despreço teria despertado a revolta no sujeito, que planejou o crime em seguida.

Na sexta-feira (06), a vítima foi surpreendida no momento em que estava sentada. “O autor chegou por trás e jogou combustível sobre ela. A vítima teria saído correndo e foi perseguida. A testemunha tentou segurar o autor por meio do seu cinto, só que ele acabou se desvencilhando, alcançou a vítima e ateou fogo nela”, completou o delegado.

Em seguida, fugiu. Testemunhas acionaram policiais do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) que realizavam patrulhamento em Rio Negro e, na madrugada de sábado (07), localizaram e prenderam o autor enquanto dormia numa fazenda vizinha. Ele responde por feminicídio, caracterizado pelo “menosprezo ao gênero da mulher, à condição de mulher”.

Quando foi preso, o peão imediatamente confessou ter ateado fogo em uma mulher, após jogar gasolina e usar o cigarro que fumava para provocar as chamas. Disse ainda não ter relacionamento com a vítima e fez por conta de uma discussão dias anteriores com ela. Depois do crime, saiu desorientado e foi abrigado por amigos na fazenda vizinha.

Ainda segundo o registro, o homem trabalhava há três meses na fazenda, cuidando do gramado e serviços gerais. Relatou que consome bebida alcoólica e cigarro somente, descartando o uso de drogas. Ele tem passagens por violência doméstica, ameaça, furto e porte ilegal de arma de fogo.

A mulher sofreu queimaduras de 2° e 3° graus, sendo que 90% de sua superfície corporal foi atingida pelo incêndio. Ela chegou a ser socorrida por um avião do Grupamento de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros, mas morreu logo em que deu a entrada na Santa Casa de Campo Grande, às 23h30 da sexta-feira.

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