Protesto ocorreu às vésperas da análise de pedido de cassação; Motta afirma que defesa da democracia exige firmeza
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que ordenou a retirada do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) da Mesa Diretora após o parlamentar ocupar a cadeira da presidência em protesto, nesta terça-feira (9). A ação, conduzida pela Polícia Legislativa, ocorreu horas depois da ocupação e gerou forte repercussão no plenário.
Glauber protestava contra o anúncio de que seu pedido de cassação será analisado pelo plenário nesta quarta-feira (10). Segundo Motta, a presença do deputado na cadeira da presidência foi “atípica” e “esdrúxula”, e a decisão de removê-lo seguiu “o protocolo de atuação da força de segurança da Casa”.
“Não vou admitir mais que ocupem a cadeira da presidência”, disse o presidente da Câmara, ao ser questionado sobre a diferença de tratamento entre Glauber e parlamentares bolsonaristas que protagonizaram um motim no plenário em agosto.
Nas redes sociais, Motta reforçou a crítica ao comportamento do deputado do Psol e afirmou que grupos que dizem defender a democracia “vivem da mesma lógica dos extremistas que tanto criticam”.
“O extremismo não tem lado porque, para o extremista, só existe um lado: o dele. Temos que proteger a democracia do grito, do gesto autoritário, da intimidação travestida de ato político”, escreveu.
A crise ocorre no mesmo dia em que o Conselho de Ética da Câmara havia marcado o início das oitivas referentes aos processos disciplinares contra três parlamentares envolvidos no motim de agosto.
Hugo Motta também afirmou ter telefonado diretamente para a Polícia Legislativa determinando que jornalistas pudessem retornar ao plenário para registrar imagens e continuar o trabalho de cobertura.
