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segunda-feira, 17 de novembro, 2025
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Imasul solta sete macacos-prego no Pantanal sul-mato-grossense após reabilitação

O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), por meio do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), realizou entre os dias 14 e 16 de outubro a soltura de sete macacos-prego (Sapajus cay) na Fazenda Santa Sofia, em Aquidauna. A ação integra o trabalho contínuo de reintrodução de fauna silvestre, voltado à preservação e recuperação de espécies nativas do Pantanal.

Os animais passaram por um extenso processo de reabilitação nas dependências do CRAS, sob supervisão de biólogos e veterinários, aprendendo a buscar alimento, reconhecer sons da floresta e conviver em grupo em ambiente controlado que simula as condições naturais. A soltura foi planejada para o período pós-seca, quando a disponibilidade de frutos aumenta, garantindo maiores chances de adaptação.

“A reabilitação é feita de forma gradual, para minimizar o estresse e garantir que os animais retomem seus comportamentos naturais. É uma etapa que exige técnica, observação e tempo”, explica Aline Duarte, gestora do CRAS.

Monitoramento com tecnologia

Após a liberação, os macacos receberam colares de rastreamento por GPS, permitindo o acompanhamento remoto do grupo. Os dispositivos registram deslocamentos, áreas de uso, formação de bandos e padrões de alimentação. Os dados serão analisados por pesquisadores do Imasul para avaliar o sucesso da reintrodução e aprimorar futuras solturas.

“O monitoramento é fundamental para entender como os animais se comportam no retorno à natureza e para aperfeiçoar os protocolos de reabilitação”, afirma Márcia Delmondes, bióloga do CRAS.

Antes da soltura, todos os indivíduos passaram por avaliações clínicas e laboratoriais completas, garantindo condições sanitárias seguras para o retorno à natureza. O trabalho contou ainda com suporte do Hospital Ayty, unidade do Imasul equipada com centro cirúrgico, laboratório, raio-X e farmácia veterinária.

Origem e recuperação

Os sete macacos têm origens diversas, incluindo resgates, apreensões e entregas voluntárias. Alguns chegaram debilitados ou com comportamento dependente de humanos, precisando reaprender a formar grupos e responder a estímulos naturais. A médica-veterinária Jordana Toqueto destaca que os colares de rastreamento possibilitam uma avaliação contínua da readaptação dos primatas.

“Com os dados de GPS, conseguimos acompanhar deslocamentos, alimentação e comportamento natural da espécie, garantindo que o retorno à natureza seja seguro e efetivo”, detalha Jordana.

Compromisso institucional

Para o diretor-presidente do Imasul, André Borges, a ação simboliza o esforço contínuo do Estado em preservar a fauna nativa e utilizar a ciência como ferramenta de gestão ambiental.

“O CRAS e o Hospital Ayty representam políticas públicas consolidadas de cuidado com a fauna silvestre. O uso de tecnologia e acompanhamento científico fortalece a proteção da biodiversidade e amplia o conhecimento sobre as espécies do Pantanal”, destacou Borges.

O CRAS é referência nacional no acolhimento, tratamento e reintrodução de fauna silvestre, recebendo animais de todo o território sul-mato-grossense para reabilitação e retorno ao habitat natural.

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