Publicado em 11/09/2017 10h09
Joesley deixa carceragem da PF e segue para aeroporto de Congonhas
Executivo da J&F foi preso temporariamente por quebra de acordo de delação
R7
O empresário Joesley Batista, do grupo J&F, deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, por volta das 10h30 desta segunda-feira (11), rumo ao aeroporto de Congonhas, de onde será transferido para Brasília.
Delator da Lava Jato desde maio, Joesley e o executivo Ricardo Saud, ex-diretor de Relações Institucionais da J&F, tiveram prisão decretada no sábado (9) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, e se entregaram à PF na tarde de domingo.
A prisão foi pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após a divulgação de um áudio em que Joesley e Saud conversam sobre uma suposta atuação do ex-procurador do Ministério Público Federal Marcelo Miller nas negociações de delação premiada dos executivos.
A conversa foi gravada em 17 de março, antes de Miller se desligar do MPF, no início de abril, para ser contratado em seguida pelo escritório de advocacia que cuidou do acordo de leniência da J&F (como é chamada a delação premiada das empresas). O ex-procurador nega as acusações.
Ao decretar a prisão dos executivos, Fachin diz haver “indícios suficientes” de que os delatores omitiram informações na delação. Segundo o ministro, a entrega de informações, uma contrapartida do acordo, foi feita de forma “parcial e seletiva”. O ministro suspendeu todos os benefícios concedidos ao delatores, que assim perdem, momentaneamente, a imunidade penal que tinham conquistado junto à PGR.
A prisão de Miller também foi pedida pela PGR, mas negada pelo ministro do STF, que entendeu não haver provas de que o ex-procurador tenha “sido cooptado pela organização criminosa”, “ainda que sejam consistentes os indícios de que pode ter praticado o delito de exploração de prestígio e até mesmo de obstrução às investigações”.
Joesley e Saud cumprem prisão temporária, com prazo inicial de cinco dias, o que poderá posteriormente ser estendido por igual período, ou convertida em prisão preventiva, quando não há prazo para acabar.




















