La Niña fraca pode se formar até fevereiro, alerta Organização Meteorológica Mundial

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(Foto: Reprodução/NOAA)

Probabilidade de 55% indica mudança no padrão climático, com impacto em chuvas, frio e secas no Brasil

A Organização Meteorológica Mundial (WMO) divulgou nesta quinta-feira (4) uma atualização que indica 55% de probabilidade de que o fenômeno La Niña fraca se estabeleça entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026. Segundo o relatório, indicadores oceânicos e atmosféricos já apresentavam condições de “quase La Niña” em meados de novembro.

O La Niña ocorre quando há o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial Central e Centro-Leste, com queda igual ou superior a 0,5°C. O fenômeno costuma acontecer a cada 3 a 5 anos, mas a última ocorrência — classificada como fraca e de curta duração — terminou em abril deste ano, conforme a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA).

Efeitos no Brasil

De acordo com o comportamento histórico do fenômeno, uma La Niña tende a provocar:

  • 🌧️ Aumento de chuvas no Norte e Nordeste;
  • ❄️ Semanas atípicas de frio no Sudeste;
  • 🌵 Tempo mais seco no Sul.

Mesmo com o leve resfriamento global provocado pelo fenômeno, a WMO destaca que grande parte das regiões do planeta deve registrar temperaturas acima da média entre dezembro e fevereiro, reflexo do aquecimento global causado pelo homem, que intensifica os extremos climáticos.

Tendências para os próximos meses

A previsão aponta que:

  • Entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026, hemisférios Norte e Sul devem ter temperaturas acima do normal;
  • O padrão de chuvas deve seguir o comportamento típico de uma La Niña fraca;
  • Entre março e abril, há probabilidade de 65% a 75% de retorno à neutralidade;
  • A chance de formação de um novo El Niño é considerada muito baixa.

O boletim também avaliou outras variabilidades climáticas, como a Oscilação do Atlântico Norte, Oscilação do Ártico e o Dipolo do Oceano Índico, além das tendências globais de precipitação.

El Niño x La Niña: diferenças

Enquanto a La Niña resfria o Pacífico e altera o regime de chuvas, o El Niño, sua fase positiva, tem efeito oposto:

  • 🔥 Reforça o calor no verão e deixa o inverno menos rigoroso no Brasil;
  • ☀️ Reduz chuvas no Norte e Nordeste;
  • ⛈️ Provoca chuvas excessivas no Sul e Sudeste.

A WMO reforça que os serviços meteorológicos nacionais devem seguir monitorando o fenômeno e alerta que eventos naturais como El Niño e La Niña ocorrem hoje sob a influência direta do aquecimento global, que amplifica mudanças no clima e a frequência de extremos.